“O emo 2022 tá diferente”, diz Di Ferrero, que prepara disco solo
O músico revela que pensou em deixar a música por um tempo após pausa com NX Zero e fala sobre o show no Hangar 110, casa histórica do rock paulistano
Diego José Ferrero, ou só Di, está livre, leve e solto. Em nova fase, o vocalista da banda NX Zero (em pausa desde 2017) prepara o seu primeiro disco solo, Uma Bad, Uma Farra, que será lançado em duas partes ainda no primeiro semestre deste ano.
A nova etapa também virá com uma comemoração dos old days. Diego fará um show mais que especial no próximo dia 20, em São Paulo. Terá gravação de clipe e participação de Badauí, do CPM22, tudo em um palco emblemático: o Hangar 110.
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A escolha do local não poderia ter vindo de outra pessoa senão do próprio artista. “O Hangar foi onde o CPM começou e a gente também. E lá faz parte da nossa história. O último show do NX antes da pausa foi lá no Hangar”, contou.
A pandemia não deixou barato para ninguém, mas para Di ela chegou muito rápido. Ele pegou Covid-19 ainda em março de 2020 – o primeiro caso registrado de Santa Catarina. E logo se isolou em sua casa em Florianópolis, onde mora. E foi a partir desse momento que ele começou a tocar em frente o seu disco solo, depois de 5 anos procurando entender seu voo sozinho.
“Esse período foi de experimentar. Pra ser sincero, eu tava bem inseguro”, contou sobre o período logo após a pausa do NX. “Até pensei em morar fora, nem fazer som também, porque eu tava numa fase com a banda de quase 17 anos sem parar”.
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Seu primeiro experimento solo foi um disco inteiro com participações de Emicida, Mahmundi, Paulo Miklos e Rael. Até clipe no Japão ele gravou – tudo sob o alterego “José”, seu nome do meio. Mas nunca foi lançado. “Eu pensei ‘Cara, como eu vou lançar essa loucura?’. Queria fazer algo realmente que eu nunca tivesse feito, sonoricamente falando”.
Depois de singles, colaborações e o EP pop ‘Sinais’, lançado em 2019, o amadurecimento do seu disco solo veio em 2020. “Vem muito o sentimento de alívio depois dessa fase. Porque eu sei que eu fiz algo sozinho, eu busquei, eu fui atrás, eu com a minha cabeça”.
E o primeiro fruto desse novo projeto foi o single pop-punk Aonde é o Céu, lançado no final do ano passado. Com uma letra que toca no tema do cancelamento, Di falou também sobre a sua experiência como figura pública. Na sua visão, o ambiente da internet “no começo não era tão tóxico”, mas ele relembrou fases difíceis que passou à frente do NX Zero.
“Começou a ser violento ser emo”
Depois das bandas emo – como a Fresno, a ForFun e a própria NX – chegarem ao mainstream, Di conta que “enlouqueceu um pouco” com a volatilidade das tendências na época. “Teve esse momento pejorativo, ruim e até violento. Começou a ser violento ser emo”. Hoje, com 36 anos, ele olha para trás com a paz de quem vê esse nicho de volta, mais leve, com novos artistas – e de novas maneiras.
“Hoje ficou legal mesmo. Ficou cult, vintage. O emo 2022 tá diferente. Tá mais moderno, lógico, e a linguagem – o rock é a base – mas tem lá o trap, o rap e uma brasilidade também”, contou, citando o mexicano-brasileiro Sebastianismos, da banda Francisco el Hombre, que lançou em 2021 seu segundo disco solo.
E nessa nova pulsão emo 2022, Diego está animado para lançar o seu disco, prometido para depois do Carnaval. Serão lançados dois EPs, primeiro o Bad, em março, e depois o Farra, em abril, que Di revela que já estão finalizados. “A ideia toda de fazer uma carreira solo é fazer um álbum. Então agora eu estou seguro pra isso mesmo”.
O show no Hangar110 ocorrerá na próxima quinta-feira, dia 20, às 20h. Ingressos estão disponíveis no site: pixelticket.com.br/eventos
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