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Walmor Chagas no cinema: uma breve retrospectiva

No início de setembro do ano passado, pouco antes do lançamento de Cara ou Coroa, de Ugo Giorgetti, fiz entrevistas em vídeo com o cineasta e com o protagonista do filme, Gerado Rodrigues. Tinha interesse, claro, em falar com Walmor Chagas, que tem um bom papel no drama político ambientado na década de 70. Não […]

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 12h57 - Publicado em 18 jan 2013, 20h42
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No início de setembro do ano passado, pouco antes do lançamento de Cara ou Coroa, de Ugo Giorgetti, fiz entrevistas em vídeo com o cineasta e com o protagonista do filme, Gerado Rodrigues. Tinha interesse, claro, em falar com Walmor Chagas, que tem um bom papel no drama político ambientado na década de 70. Não foi possível. Walmor estava recolhido em seu sítio na zona rural de Guaratinguetá, mesmo local de sua morte, ocorrida hoje. Só passou rapidamente por São Paulo para a pré-estreia de Cara ou Coroa.

Ligar o gaúcho Walmor Chagas com a cidade é o mesmo que ligar São Paulo Sociedade Anônima (foto acima) com o cinema paulistano. Coincidentemente, o longa-metragem de Luiz Sérgio Person (1936-1976) esteve, há exatos dois anos, numa reportagem de capa de VEJA SÃO PAULO. Era uma votação entre especialistas sobre qual filme melhor representava a nossa metrópole. Foi o primeiro trabalho de Walmor no cinema e é, ainda, um marco da filmografia brasileira.

Entre São Paulo Sociedade Anônima e Cara ou Coroa, Walmor esteve em mais dezoito filmes. Fez papéis importantes em Luz del Fuego (1982) e Patriamada (1985), mas nada se compara ao memorável comendador João Fernandes de Xica da Silva (foto abaixo), fita de Cacá Diegues sobre “o fidalgo tratador” que tinha como mulher a escrava negra, bem lembrada na canção de Jorge Ben.

Xica da Silva

Mais recentemente, André Sturm, hoje diretor do MIS, deu um bom papel para o ator em Bodas de Papel (2008), mesmo caminho trilhado por Ugo Giorgetti em Cara ou Coroa – Walmor (na foto abaixo)  fazia o avô na protagonista, um militar aposentado na época da ditadura. Durante a entrevista com Giorgetti, perguntei sobre a perda de Adriano Stuart (1944-2012), que havia trabalhado com ele em quatro filmes. Giorgetti se emocionou ao falar dele, dizendo que, além de um ator, havia perdido um grande amigo. Disse também que a morte do jogador Sócrates, em dezembro de 2011, também havia sido muito dolorida. Imagino como Giorgetti deve estar se sentindo agora. Assim como tantos brasileiros, está triste, muito triste.

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