Por que Era uma Vez em… Hollywood é o melhor filme do ano (até agora)
Dirigido por Quentin Tarantino e estrelado por Brad Pitt e Leonardo DiCaprio, o longa ganhou cinco estrelas e chegou nesta quinta (15) aos cinemas
Acho que toda vez em que dou cinco estrelas para um filme, me sinto na obrigação de explicar os motivos. Em quase vinte anos como crítico de VEJA SÃO PAULO, poucos ganharam a cotação máxima. Lembro, de cabeça, de La La Land, Gravidade, A Grande Beleza e Dunkirk. Roma, que estreou em dezembro do ano passado, foi o último. Isso só para ficar nos mais recentes. E, nesta quinta (15), estreou mais um cinco-estrelas: Era uma Vez em… Hollywood.
Como disse meu amigo Roberto Sadovski em seu blog, o cinema precisa de mais filmes como Era uma Vez em… Hollywood. E eu concordo. Estou cansando de ver brilhar nas bilheterias e servir de comentários em festas e mesas de bar apenas filmes de super-herói, animações e live-action da Disney. É claro que existe uma saída para isso que são os filmes “de arte”, cults e premiados em festivais, mas que só chegam num circuito mais restrito.
Acredito que o número de cinemas que está exibindo Era uma Vez em… Hollywood não seja o mesmo de O Rei Leão e Vingadores – Ultimato. Nem deveria. Era uma Vez em… Hollywood é um filme mais restrito, para um público seletivo, exigente, diria até cinéfilo. Mas é também um filme inteligente, instigante, com uma ideia original (hello, Oscar!) e uma realização brilhante de Quentin Tarantino. Aliás, este é um diretor fora da curva (e eu adoro isso). Faz parte de um seletíssimo grupo de cineastas americanos que reúne elenco de famosos para criar um trabalho autoral.
Vi todos os filmes de Tarantino e, juro, não saberia colocá-los numa ordem de preferência. Adoro os dois Kill Bill, Bastardos Inglórios, Django Livre e até de Jackie Brown, talvez seu filme de menor prestígio. Pulp Fiction, amado por muitos, e Cães de Aluguel, eu precisaria rever para saber se mantiveram o pique. Dito tudo isso, vem a conclusão: Era uma Vez em… Hollywood é o filme mais redondo de Tarantino. São duas horas e quarenta minutos que você não sente passar – aliás, ficaria mais uma hora dentro do cinema. Talvez porque eu seja cinéfilo, trabalhe analisando filmes e goste de histórias sobre os bastidores do cinema.
E, desta vez, Tarantino é gênio por mesclar personagens reais (Sharon Tate, Polanski e a gangue de Charles Mason) numa história de ficção estrelada por um decadente ator de faroestes (Leonardo DiCaprio) e seu dublê (Brad Pitt). Nem eu nem você. Nem o mais cinéfilo dos cinéfilos vai conseguir “pescar” todas as referências de 1969, de seriados de TV, filmes, astros e estrelas de Hollywood citados no roteiro. Nem precisa. Simplesmente, se deixe levar pelo bom humor, pelos diálogos saborosos, pela irresistível trilha sonora e por um DiCaprio (hello, Oscar!) em estado de graça. Tomara que, assim como eu, você possa saborear essa obra-prima de Tarantino e também dar ao filme cinco estrelas.
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