Netflix: três histórias reais em família para repensar seus problemas
Em Diga Quem Sou, um irmão ajuda seu gêmeo, que perdeu a memória, a resgatar as lembranças da infância
No meu “garimpo” semanal, durante a pandemia, fui atrás de documentários sobre famílias na Netflix. Encontrei três ótimos longas-metragens que, por coincidência, são ingleses. Se você pensa que sua vida é difícil é porque não viu a vida desses outros.
Diga Quem Sou > Em 1982, Alex Lewis sofreu um acidente de moto aos 18 anos. Ficou três meses em coma e, ao se recuperar, não se lembrava de nada. Perdeu a memória e, com a ajuda de seu irmão gêmeo, foi entendendo quem era e sabendo detalhes de seu passado. A primeira parte de Diga Quem Sou é narrada sob o ponto de vista de Alex e, na sequência, o documentário ganha a ótica de Marcus Lewis, o mano que escondeu dele algo estarrecedor. O terceiro ato fica dedicado a um acerto de contas. De forma direta e objetiva, o diretor Ed Perkins reconstitui as lembranças de seus personagens de forma hipnótica, desvendando um caso chocante, ocorrido numa família da classe média alta inglesa.
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Nosso Reino > Uma mãe, seis filhas, um filho e uma tragédia que abalou a família: o suicídio do marido carinhoso e pai exemplar. Seis anos após a morte dele, a diretora Lucy Cohen recolheu depoimentos e, com uma câmera discreta, flagrou os personagens em um cotidiano disfuncional. Aos poucos e lentamente, emergem a verdadeira causa da morte e a desestrutura emocional que tomou conta de cada um dos parentes. O inglês Nosso Reino abusa da duração, mas faz uma radiografia dilacerante sobre uma perda e os consequentes danos emocionais.
Evelyn > Orlando von Einsiedel é um dos diretores e também personagem de Evelyn, que traz à tona uma terapia conjunta incomum. Ele e os familiares decidiram refazer trilhas na Escócia e na Inglaterra, por onde caminharam com Evelyn, o irmão que se matou treze anos atrás. Nas caminhadas com outros dois irmãos, a mãe e o pai, já divorciados, o realizador encontra uma forma de exorcizar as dores de um trauma em família. Além das bucólicas paisagens, o documentário dá agilidade a uma câmera em constante movimento nas jornadas e, assim, flagra momentos de emoção genuína.
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