M-8 faz ótima reflexão sobre vertentes do racismo estrutural no Brasil
O filme do diretor paulista Jeferson De está disponível na Netflix
É notável o amadurecimento artístico do diretor Jeferson De. Da estreia com o superestimado Bróder (2010) ao desastroso terror O Amuleto (2015), o cineasta paulista constrói uma trama de reflexões oportunas em M8 — Quando a Morte Socorre a Vida, disponível na Netflix após passagem rápida pelos cinemas.
No momento em que se debate na mídia o racismo estrutural e, no BBB, o ativismo negro, o roteiro mira em várias questões pertinentes sobre o assunto. Maurício (Juan Paiva) é cotista de uma universidade federal e, em sua primeira aula de anatomia, percebe que todos os cadáveres são negros, assim como ele. O estudante de medicina fica intrigado e quer saber como os corpos chegam até a faculdade, sobretudo ao reparar num grupo de mães que protestam nas ruas do Rio de Janeiro à procura de seus filhos, também negros, desaparecidos. Maurício e dois colegas (Giulia Gayoso e Bruno Peixoto) assumem os papéis de investigadores.
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O realizador aborda o racismo dos brancos, mas também como os negros, sejam policiais ou porteiros de edifícios grã-finos, se comportam com preconceitos. Em meio a um enredo que ainda traz à luz a ancestralidade e as religiões de matriz africana (culminando num desfecho comovente), o filme conta com estrelas negras em luxuosas participações, a exemplo de Zezé Motta, Lázaro Ramos, Léa Garcia e Aílton Graça.
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