Tudo Sobre Cinema | VEJA SÃO PAULO

Rogério Dezembro é CEO da área de entretenimento do Allianz Parque e dá uma dica para quem gosta de gastronomia e viagens.

Eu e minha esposa somos apaixonados por viagens, costumes locais e comida. Quando pensamos num destino, cultura, arte e sabor ganham fácil das paisagens. Para fugirmos dos lugares óbvios, na dinossáurica era pré-internet, nós nos inspirávamos em livros como Gostos Adquiridos e Um Ano na Provence, duas obras adoráveis de Peter Mayle, e filmes como Mondovino. Mas, se hoje a tecnologia nos dá acesso a quase tudo, ela também é capaz de nos afogar com tanta informação e… desinformação. E o tsunami de conteúdo sobre gastronomia, vinhos, restaurantes, produtores e regiões é dos grandes. Chega até a enjoar. Um adorável refúgio nessa avalanche é a série Chef’s Table, da Netflix. A começar por não ser (mais) um reality show gastronômico. Longe disso. O seriado faz o registro, com uma narrativa elegante, de um chef a cada episódio. Além da esperada abordagem sobre o início da carreira desses profissionais, Chef’s Table acerta ao mostrar motivações, bastidores, detalhes e segredos dos desafios enfrentados e, claro, de alguns pratos. Com uma dose generosa de talento na direção, fotografia e edição, a série nos leva à Itália profunda, para conhecer Corrado Assenza, do Caffè Sicilia, confeitaria escondida na cidade de Noto. Em outro episódio, traz Christina Tosi, do aclamado Milk Bar, de Nova York, e suas criações à base de junk food, como biscoitos Oreo e Corn Flakes (flocos de milho), entre as quais a famosa crack pie. Ainda na temporada de “confeitaria”, há a Patagônia do chef argentino Francis Mallmann, o desafio às tradições proposto pelo restaurateur italiano Massimo Bottura e a criatividade da gastronomia molecular do americano Grant Achatz, além das façanhas na cozinha do brasileiro Alex Atala. Mais do que retratar chefs e restaurantes aclamados, Chef’s Table conta histórias sobre lugares, pessoas e comida, sempre com uma linguagem poética e envolvente.