Cachorro rouba a cena em premiado filme iraniano
Cortinas Fechadas, o novo filme de Jafar Panahi, não é fácil. Ou melhor: é quase penoso de assistir. Mas, de alguma maneira, me fisgou – seja pela coragem do diretor, que está proibido de filmar em seu país ou de sair do Irã, seja pela forma como o roteiro, premiado no Festival de Berlim no […]
Cortinas Fechadas, o novo filme de Jafar Panahi, não é fácil. Ou melhor: é quase penoso de assistir. Mas, de alguma maneira, me fisgou – seja pela coragem do diretor, que está proibido de filmar em seu país ou de sair do Irã, seja pela forma como o roteiro, premiado no Festival de Berlim no ano passado, vai se abrindo numa vertente imaginária.
Não quero me antecipar e fazer uma crítica do filme, que chega em breve aos cinemas. Algo que me encantou demais foi a presença de um cachorro muito (mas muito) esperto, que rouba a cena diversas vezes.
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Os cães são considerados impuros no Irã e, quem quiser ter um pet, precisa escondê-lo muito bem. Há, inclusive, uma cena escabrosa: uma reportagem na TV mostra uma matança de cães. Panahi, desde aí, já é um contestador. Além de quebrar as rédeas para filmar, deu a um cachorro a oportunidade de virar uma estrela.
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Boy, nome do animal, é o bicho de estimação de um escritor/roteirista (papel de Kambuzia Partovi), que vai passar uns dias numa casa de praia. Todo faceiro, Boy é um companheiro e tanto. Não me parece que no Irã e, sobretudo numa produção caseira de Panahi, exista um adestrador de animais.
Tentei achar alguma informação sobre a origem do cachorro, mas não encontrei. Talvez Boy seja o pet do ator e co-diretor de Cortinas Fechadas, Kambuzia Partovi. Aí, sim, estaria mais um indício de que a ficção está muito próxima da realidade – e vice-versa.
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