Tudo Sobre Cinema | VEJA SÃO PAULO

Comecei a entrevista-selfie com Marco Ricca dizendo que, embora ele tenha feito e eu tenha visto tantos filmes, novelas e peças, nunca o tinha entrevistado. Mas antes tarde do que nunca. Logo em seguida, disse que 2018 foi “o ano Marco Ricca no cinema”, já que ele estrelou quatro filmes bem bons: Aos Teus Olhos, Canastra Suja, Sueño Florianópolis e, nesta quinta (6), chega aos cinemas Rasga Coração.

Seu mais recente trabalho é uma versão adaptada para os dias de hoje da peça homônima que Oduvaldo Vianna Filho escreveu em 1974. Trata-se do conflito de gerações sob a perspectiva de pai (Ricca) e filho (Chay Suede), que têm opiniões políticas e ideológicas distintas, mas, no fundo, são iguais.

Cinquentão, Ricca e eu repassamos a história do Brasil, desde as greves do fim da década de 70 até a chegada do PT ao poder. E engatei: “o que nos aguarda, agora?” “A gente sabe muito bem quem vai governar o país nos próximos anos. E é lastimável na minha opinião… mas eu tenho uma esperança que a gente vá para a rua, no bom sentido. Ir para a rua como uma metáfora, que a gente continue resistindo… não acho que eles consigam que o Brasil ande para trás, temos conquistas democráticas…temos medo, sim, das restrições porque é um governo que estará calcado com os militares e com a igrejas pentecostais, duas instituições que têm coisas muito conservadoras e que vão tentar impor isso para a sociedade. Tem avanços que a gente não pode abrir mão e a sociedade não vai permitir…”

Ricca também falou um pouquinho da série Hebe, que ele está gravando e que será mais extensa do que o longa-metragem, já todo filmado. Confira nosso bate-papo (abaixo), que foi uma mistura de seriedade com muitas, muitas risadas.