Ti-ti-ti cabeludo
Durante dez anos, o cabeleireiro Eron Araújo (à esq.) foi um dos nomes mais requisitados do salão de Wanderley Nunes, o Studio W do Shopping Iguatemi. A parceria de sucesso se encerrou em setembro do ano passado e, três meses depois, Eron inaugurou o próprio negócio, o Blend, no Itaim Bibi. Não demoraram a pipocar […]
Durante dez anos, o cabeleireiro Eron Araújo (à esq.) foi um dos nomes mais requisitados do salão de Wanderley Nunes, o Studio W do Shopping Iguatemi. A parceria de sucesso se encerrou em setembro do ano passado e, três meses depois, Eron inaugurou o próprio negócio, o Blend, no Itaim Bibi. Não demoraram a pipocar entre as clientes versões distintas sobre o fim do casamento profissional. Teve tesourada? Veja (sem cortes) o que cada um tem a dizer sobre o bafão:
VEJA SÃO PAULO — Eron, você foi demitido do Studio W?
Eron Araújo — Não. Quis sair de lá porque aquilo virou um lava-rápido.
VEJA SÃO PAULO — Como assim?
Eron Araújo — Sou grato ao Wanderley, mas ele deixou o salão perder a qualidade. Não havia produtos, o banheiro não funcionava e minhas clientes sempre tinham problema com agendamento.
VEJA SÃO PAULO — Faltavam produtos de que tipo?
Eron Araújo — O filho do Wanderley corre na Fórmula 3. Quando a Wella se recusou a patrociná-lo, não podíamos usar nenhum produto da marca.
VEJA SÃO PAULO — Por que decidiu criar um negócio próprio?
Eron Araújo — Não foi por dinheiro. Eu era responsável pelo maior faturamento do W: 200 000 reais por mês. Quis montar meu salão para oferecer um serviço de qualidade.
VEJA SÃO PAULO — Você saiu brigado do Studio W?
Eron Araújo — Não. Outro dia encontrei o Wanderley, que pediu que eu trabalhasse na filial do W que ele vai abrir no JK Iguatemi. Não aceitei, claro.
VEJA SÃO PAULO — Wanderley, você demitiu o Eron?
Wanderley Nunes — Não o seguramos pela maneira insustentável como ele se comportava. Gritava na frente das clientes e chegou a ponto de olhar para o espelho e brigar consigo mesmo.
VEJA SÃO PAULO — Ele disse que o Studio W vinha perdendo qualidade…
Wanderley Nunes — Quem perdeu foi ele, pelo seu desequilíbrio emocional. Em vinte anos, tivemos um recorde de reclamações em relação ao comportamento dele.
VEJA SÃO PAULO — Você retirou os produtos da Wella do salão pelo fato de ela não patrocinar seu filho na Fórmula 3 ?
Wanderley Nunes — Imagine! Meu filho é patrocinado pelo Eike Batista e pelo Carlos Slim.
VEJA SÃO PAULO — Você o convidou para trabalhar no Studio W do JK Iguatemi?
Wanderley Nunes — Falei que, se ele se tratasse, pode ríamos trabalhar juntos de novo. Ele abaixou a cabeça, os olhos se encheram de lágrimas, e ele disse que eu tinha razão. Foi como um conselho de pai para filho.