Regina Volpato: “Os maiores acertos da minha vida foram um tiro no escuro”
Prestes a estrear nas manhãs do SBT, apresentadora dá detalhes sobre novo programa e revela quais conteúdos já produziu no OnlyFans
Após sair do programa Mulheres, da Gazeta, Regina Volpato, 55, aproveita um breve período de descanso antes de iniciar sua nova fase. Junto com Michelle Barros, ex-Globo, a apresentadora vai comandar a nova atração diária Chega Mais, do SBT, prevista para março.
Enquanto se prepara para a disputa pela audiência matinal da TV aberta, a jornalista acaba de estrear o podcast O Amor na Influência e mantém o público fiel nas redes sociais, onde publica destaques do dia a dia e conselhos aos seguidores, que recorrem a ela para perguntas sobre família, comportamento e sexo.
Com a cadela Ágata a postos do seu lado o tempo todo, Regina recebeu a Vejinha em seu apartamento, no bairro de Pinheiros, para a entrevista a seguir.
Como será seu novo programa?
Serão quatro horas de segunda a sexta, de manhã. Oitenta horas de conteúdo por mês! O diferencial é que o SBT vai usar todas as praças, do Brasil todo, então provavelmente você vai ver outras caras, outros sotaques, outras questões. Tem tanta coisa legal acontecendo fora de São Paulo, por que reduzir? Tem que ter: pauta médica, factual, fofoca, culinária, bem-estar, moda, jornalismo e esse giro pelo país. Ter esse tempo todo na televisão é um luxo.
E você vai comandar junto com a repórter Michelle Barros. Programas com mais de um apresentador são uma tendência da TV aberta?
Acho que são. Primeiro que é gostoso, pois o trabalho de apresentador é solitário, você está sempre distante da equipe, desempenhando sua função sozinha. É gostoso ter outro ponto de vista, bater papo. E tem o ponto de vista prático, para sair de férias. É bom ter uma figura que sempre está ali quando o outro sai.
Como foi para você a escolha de sair da Gazeta?
Eu saí porque não aceitei a redução de salário. Saí para procurar emprego. Não esperava arrumar tão cedo e não esperava que o SBT fosse entrar em contato. De todos os episódios da minha vida profissional, esse foi um dos mais serenos e felizes porque eu não contava com essa possibilidade.
Você recebeu outras propostas? Seus seguidores queriam que fosse para a Globo.
(Risos) Não, foi tudo muito rápido. Logo que saí, o SBT me ligou e eu já anunciei.
Você está preparada para tentar desbancar a Ana Maria Braga?
Desbancar ninguém! Mas fazer bonito. De manhã tem a (Patrícia) Poeta, o Hoje em Dia (da Record), mas a referência é a Ana Maria, porque ela é um ícone. Vai ser muito difícil. Quando eu estava começando, ela já era uma referência para mim.
É verdade que seu início como jornalista foi à base de “tentativa e erro”?
Eu já estava formada, mas não sabia nada. Minha filha tinha acabado de nascer, fui fazer o teste entre uma mamada e outra, cheguei para os câmeras e falei: “Olha, é o seguinte: eu nunca fiz nada em vídeo, preciso desse emprego e da ajuda de vocês”. Eles me falaram tudo o que eu tinha que fazer e foi assim mesmo, contando com a sorte, a ajuda dos outros, tateando.
“O ambiente de estúdio é o melhor do mundo. Tá frio? Mudam o ar. Tá com sede? A água aparece. Acho que por isso algumas pessoas ficam infladas”
Seu desempenho melhorou com o tempo ou era um talento natural?
Foi a prática. E eu nunca fui boa repórter, é um trabalho difícil. O ambiente de estúdio é o melhor do mundo. Tá frio? Mudam o ar. Tá com sede? A água aparece. Acho que por isso algumas pessoas ficam infladas, porque o apresentador falou, o assunto se resolve. Na reportagem de rua, vai com Deus.
De onde vem o repertório para os conselhos que você dá nas redes sociais?
Não consulto ninguém e a responsabilidade é toda minha. Vem na hora e tem semelhança com o que acontecia no Casos de Família (extinto programa do SBT do qual foi apresentadora por cinco anos), que eu encerrava no improviso. Depois que passa, penso: “Poderia ter dito outra coisa. Será que entendi direito?”. E, se revejo, morro de rir! É um atrás do outro, até esqueço o que falei.
Qual foi a pergunta mais difícil?
São muitas e algumas não publico. Não sei por quê, mas tem muitas crianças que me acompanham. Eu estava agora na Bahia e, no café da manhã, veio uma menininha: “Você é a Regina Bompato?”. Mesmo tendo coisas que não são de criança, acho que está no limite do aceitável. E tem o limite do bom gosto, porque as pessoas falam de intimidades mesmo. As que me pegam não são as de sexo e traição. Teve da mãe que estava querendo dar o filho, ou da mulher casada com o marido que “pinta e borda” em casa e não se acha agressivo. A angústia dessas perguntas está comigo até hoje.
E quando você precisa de um conselho, a quem recorre?
Ao meu travesseiro, porque estou de alta da terapia e não me caibo de alegria! (Risos) Eu converso com algumas pessoas, mas em geral sozinha vem do nada, porque a gente sempre sabe a resposta, só não quer acessar por medo ou por falta de parar e pensar. Partindo dessa premissa, sempre que tem alguma coisa que não está legal, eu tento olhar com coragem, escuto a intuição e muitas vezes ajo no escuro. Os maiores acertos da minha vida foram um tiro no escuro.
Além de mudar de emissora, seu apartamento também passou por uma reforma recente. É uma repaginada completa na vida?
Sempre faço reforma, adoro! Mas não tenho dúvida de que a reforma da casa se reflete na vida. Não é proposital, mas a outra vez que reformei foi em 2018: primeiro ano de Gazeta. Antes, em 2015, quando comecei meu canal. Você faz um movimento e ele se estabelece.
Qual será a próxima?
Tudo começa pequenininho. Na última, falei: “Vou só mudar o quarto e a cozinha”. Pus a casa abaixo. Agora só quero colocar ar-condicionado no quarto que virou camarim, no escritório e na cozinha.
Além do novo emprego, você ainda mantém a sua conta na plataforma OnlyFans?
(Risos) Não, fechei! Entrei por curiosidade, porque sou muito curiosa. Fazia conteúdo dos meus pés! Foi ótimo, porque tive a chance de falar sobre preconceitos com a plataforma, com minha idade, com ser curiosa e com fazer o que eu queria fazer… Eu vou colocar os pés, mas e daí se quiser colocar os pés pelas mãos?
Publicado em VEJA São Paulo de 2 de fevereiro de 2024, edição nº 2878