Decoradora de reforma polêmica no Bandeirantes fez projeto do muro da USP
Especialistas apontam 'mau gosto' nas paredes escuras e nos móveis pintados que substituíram os cenários de madeira
A nova decoração do Palácio dos Bandeirantes, encomendada pelo governador João Doria à arquiteta Jóia Bergamo, 59, tem gerado críticas. Especialistas comentam que as paredes escuras e os móveis pintados que substituíram os cenários marcados pela madeira refletem mau gosto. “Esses ambientes correspondem bem aos novos tempos. Ou seja, a coisa está preta”, afirma o arquiteto Samuel Kruchin, responsável pelo restauro de prédios históricos como o Palácio da Justiça e o Edifício Sampaio Moreira, o primeiro arranha-céu da cidade.
Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Lucio Gomes Machado dá de ombros sobre a renovação do endereço. “O lugar já era um horror antes, com uma decoração paupérrima e sem sentido. Tanto faz pintar tudo de preto”, diz, sobre a sede do governo paulista desde 1964, desenhada dez anos antes sem a menor inspiração pelo engenheiro Francisco da Nova Monteiro.
Procurada, Jóia Bergamo não quis se pronunciar. Em outra polêmica com Doria, a decoradora também foi responsável pelo “icônico projeto do muro da USP” (sim, o de vidro), segundo anuncia em seu site.