Propagadores da desinformação: as frases absurdas sobre a Covid-19
Desde o início da pandemia no país, políticos e influenciadores fizeram diversas apostas erradas e afirmações polêmicas a respeito do vírus
Biólogo e pesquisador científico, Atila Iamarino sofreu ataques recentes na internet por ter afirmado, em março, que o país poderia chegar a 1 milhão de mortes na pandemia — a previsão, vista como uma tentativa alarmista de causar pânico por usuários do Twitter, foi baseada em um estudo do Imperial College britânico, cuja estimativa considerava o cenário em que o Brasil não tomasse nenhuma medida de prevenção (a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, o país já registrou 98 644 mortes pelo novo coronavírus). Mas, desde o início da proliferação da doença no país, muitas “apostas” equivocadas e afirmações absurdas surgiram nas redes:
“Vacina contra o coronavírus utilizada na China foi produzida em Cuba. De tanto gritarem ‘vai pra Cuba’, acabarão indo todos.”
— Guilherme Boulos, pré-candidato a prefeito pelo PSOL, sobre antiviral usado no tratamento (e não na prevenção) do coronavírus.
“Desse 1 milhão (de casos), você conhece um? Porque eu não conheço, até hoje, ninguém que tenha Covid-19.”
— Lisa Paulino, influencer, ao justificar sua visita a uma festa durante a quarentena.
“Aqui no meu Prédio todo mundo já sabe que estou podre. Estão pirando porque fui pegar comida no elevador. As vizinhas não sabem que eu passei de trinco em trinco dando uma tossidinha na porta da casa delas para largarem mão de ser idiotas.”
— Andrezza Mantovani, influencer, em vídeo no Instagram.
“Política nojenta de produzir óbitos. A partir de qual dia os paulistas poderão morrer de outras doenças?”
— Coronel Tadeu, deputado federal pelo PSL, que chegou a contrair o vírus e questiona o número de mortos pela doença, mais de 98 000 no Brasil.
“É a maior imbecilidade da história da humanidade! Ao trabalho, brasileiros!”
— Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, sobre o isolamento social.
“O presidente é a comprovação científica de que o uso da hidroxicloroquina dá certo.”
— Alexandre Garcia, jornalista, sobre o tratamento que, na verdade, não tem efeito comprovado.
“Suécia alcançou imunidade de rebanho. (…) Morreram lá menos pessoas que em muitos países que se fecharam.”
— Adrilles Jorge, ex-BBB. Responsável pela estratégia adotada no país, o próprio epidemiologista sueco Anders Tegnell admitiu que o plano causou mortes demais (mais de 5 000 óbitos e cerca de 80 000 casos confirmados).
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Publicado em VEJA SÃO PAULO de 12 de agosto de 2020, edição nº 2699.