Luciano Huck e outros famosos participam de leilão em prol de prisioneiras
A filantropa Patrícia Villela Marino, mulher de um dos herdeiros do Itaú, arrecadou mais de 54 000 reais para artesãs de Tremembé
Nesta terça (16), às 19h, um grupo de cerca de setenta pessoas estiveram no Civi-co, em Pinheiros, prédio que une empresas a organizações não-governamentais. Foi o leilão de lançamento do projeto Tereza Vale a Pena, da ONG Humanitas360. Trata-se de uma cooperativa de presas que produz artesanato de segunda a sexta, em uma jornada de trabalho de oito horas por dia.
A organização fornece todo o material, além de oferecer aulas de arte, corte, costura, crochê, tricô e design. Ao contrário do que ocorre em outros presídios, a detenta recebe de acordo com sua capacidade de produção — a renda dos artigos comercializados é dividida entre as participantes. Além disso, elas têm a possibilidade de seguir no programa após ganhar a liberdade.
Entre os convidados, estavam a apresentadora Luciana Gimenez, os empresários Elie Horn (ex-presidente do grupo Cyrela) e Rodrigo Rivellino (filho de Roberto Rivellino, ídolo corinthiano). A turma levou todos os nove lotes disponíveis, que foram vendidos com valores entre 6 000 e 14 000 reais cada. Luciano Huck não conseguiu comparecer pessoalmente, mas arrematou online um kit com uma colcha de crochê e uma sacola.
“Das nossas casas, a gente não abriria as portas para as visitas que a gente avalia, entre aspas, inconveniente, que mudam a rotina. Mas todas as quintas, a diretora de Educação e Trabalho de Tremembé, Daiane Roberta de Souza, recebe nosso grupo de voluntárias. Provando que no lugar onde aquelas pessoas menos queriam estar, nas condições mais inóspitas, é possível uma transformação”, disse a empresária Patrícia Villela Marino, fundadora da ONG, mulher de Ricardo Villela Marino, presidente do conselho de administração do Itaú para a América Latina.
A marca Tereza foi desenvolvida por André Poppovic, da OZ Design. Até o fim do ano, deverá ser criada no semiaberto masculino uma cooperativa de presos para gerir uma horta orgânica. “Queremos dar suporte para implantar iniciativas semelhantes em outros presídios e para que cada uma delas caminhe com as próprias pernas”, diz Patrícia.