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Eau de Pinherrô: entenda o ‘perfume’ feito com água suja do Rio Pinheiros

Famosos como Dani Calabresa compartilharam a invenção criada por grupo de ativistas e enviada como protesto para sedes do governo paulista

Por Humberto Abdo
Atualizado em 19 jul 2021, 18h21 - Publicado em 19 jul 2021, 18h16
A foto exibe frasco de vidro com líquido amarelo depositado em superfície em frente ao Rio Pinheiros, que aparece no fundo.
"Perfume" com água do Rio Pinheiros é criado por ativistas como forma de protesto. (Divulgação/Divulgação)
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O movimento Volta Pinheiros desenvolveu um “perfume” feito com água do Rio Pinheiros como protesto pela “falta de transparência” no projeto Novo Rio Pinheiros. A “fragrância” é composta por um frasco de vidro com líquido amarelado, não tóxico e meramente ilustrativo – mas o grupo ressalta que ele é impróprio para uso… E cheira mal. A comediante Dani Calabresa e a empresária Helô Pinheiros foram algumas das celebridades que compartilharam a ação.

O Eau de Pinherrô, nome dado ao produto, foi enviado como forma de protesto na última terça (13) para as sedes do governo do Estado, da Assembleia Legislativa, da Prefeitura, da Câmara Municipal, da Sabesp e da Empresa Metropolitana de Águas e Energia. De acordo com o Volta Pinheiros, criado em 2017, não existe uma plataforma digital clara para acompanhar as datas de entrega de cada fase do projeto. O governo do Estado, no entanto, diz que as queixas são injustificadas e que tudo está avançando conforme o previsto.

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“Existe uma ‘perfumaria’ em cima do assunto”, ironiza Marcelo Reis, responsável pelo movimento. “Ao falar do rio, os órgãos destacam os financiamentos feitos ao redor dele, mas queremos saber o quanto o rio já foi limpo. Os peixes que aparecem vivos [em vídeo que viralizou] são só da área da nascente, não quer dizer que o rio em si já está salvo.”

Uma das principais queixas do movimento é e que o índice de DBO (Demanda Biológica de Oxigênio) está “escondido” e não é divulgado pelo governo estadual. “O nível atual de redução do DBO comprovaria que as águas do Rio Pinheiros passaram por alguma melhoria. Mesmo que pouca, já seria um avanço”, diz Reis. “Sabemos que não vai dar tempo até 2022, pois é um rio poluído desde a década de 1950.”

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A instalação de cinco URQs (Unidades Recuperadoras da Qualidade das Águas) no rio é outra demanda apontada pelo Volta Pinheiros. O movimento destaca que elas ainda não estão em operação. “Entendemos a importância de revitalizar e habitar o entorno, mas, antes disso tudo, precisamos de água limpa”, diz o porta-voz. Segundo Marcos Penido, secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, as cinco unidades recuperadoras já foram contratadas e têm licença de instalação.

Marcelo Reis, porta-voz do movimento Volta Pinheiros, segura frasco de líquido amarelo em frente ao Rio Pinheiros. Ele é careca e tem barba.
Marcelo Reis, porta-voz do movimento Volta Pinheiros. (Divulgação/Divulgação)

Além disso, as obras de duas delas, as unidades de Jaguaré e Cachoeira, já estão em execução. A previsão é que o início da operação das cinco URQs se dê entre maio e setembro de 2022. “Foi um projeto pensado, de engenharia e de saneamento, olhando o rio buscando a causa, não a consequência”, disse o secretário em entrevista ao Estadão. “As pessoas só estão frequentando a ciclovia do Rio Pinheiros porque existe um trabalho sério.”

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