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Conjunto de casas de Vilanova Artigas está à venda em São Paulo

Tombada como patrimônio histórico, propriedade dos anos 1940 chegou a ser frequentada por nomes como Lina Bo Bardi e Paulo Mendes da Rocha

Por Humberto Abdo
15 set 2023, 01h00

Em um terreno de 1 000 metros quadrados, duas casas assinadas por Vilanova Artigas estão à venda na região de Campo Belo, Zona Sul da cidade. Construídas nos anos 1940, as propriedades são conectadas por um jardim e serviram como segundo lar para o arquiteto e sua esposa, Virginia Camargo Artigas.

“Quando meus pais moravam no Centro e eram namorados, essa era a casa de subúrbio para passar o fim de semana”, conta Rosa Artigas, uma das filhas. “Com ladrilhos hidráulicos, tijolos aparentes e aspectos da arquitetura popular, o projeto tem muitas características da juventude dele e das primeiras casas que fez.”

Com influências do americano Frank Lloyd Wright e espaços abertos integrados, os imóveis estão sendo anunciados por 4,35 milhões de reais no total. Por ser tombado como patrimônio histórico, o local só pode ser comprado no valor à vista, sem possibilidade de financiamento, e qualquer obra de restauro deve respeitar a versão original.

Parede laranja, teto alto, grande lustre, móveis de madeira, quadros e tapete cinza aparecem em destaque em sala de estar.
Segunda residência de Vilanova Artigas, em Campo Belo, de 1949. (Rafa D'Andrea/Divulgação)

“Ele tinha o desejo de ter uma casa integrada ao bairro, sem muros, e ela permanece assim”, observa Lela Ribeiro, corretora da Refúgios Urbanos, que conduz o anúncio da venda. “Para a avaliação, consideramos fatores como a localização e comparamos com outros imóveis assinados de mesma metragem. É uma casa que recebe estudantes do mundo inteiro e acumulou muitas histórias.”

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Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha e Joaquim Guedes são alguns dos nomes que passaram por lá nos anos em que a residência vivia apinhada de visitantes. “Por ser de uma geração intermediária entre (Oscar) Niemeyer e essa terceira geração de modernistas, meu pai foi professor de todos eles”, relembra. “E tem toda uma relação de amigos que ali dentro acabaram integrando os movimentos contra a ditadura.”

Chão laranja, segundo andar envidraçado e mesa com cadeiras pretas aparecem em destaque em sala aberta com jardim ao fundo.
Segunda residência de Vilanova Artigas, em Campo Belo, de 1949. (Rafa D'Andrea/Divulgação)

Pelas lembranças de Rosa, comemorações e reuniões familiares eram recorrentes na sala de jantar e no extenso jardim. “Foi sempre uma casa aberta. Fazíamos festas de arromba, dessas de acordar no dia seguinte e ter gente dormindo na grama, sem saber como chegou lá”, diverte-se.

O conjunto soma 220 metros quadrados de área construída. Até então, a construção menor era usada pelo irmão Júlio Camargo Artigas, falecido em 2019, e sua esposa, Wilma Abdalia. “E alugamos a maior para um café que funciona até hoje”, diz.

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A decisão de vender, segundo ela, é também uma tentativa de encontrar compradores que preservem devidamente o passado da casa e seu valor cultural. “A cidade de São Paulo merece um espaço sobre a arquitetura paulista, que deveria ser mantido por empresários e pessoas da cultura”, acredita. “Temos uma das arquiteturas mais importantes do mundo e nenhum espaço destinado a ela.”

Casinha branca simples com telhado marrom aparece à esquerda em área com gramado e caminho de cimento.
Casinha de Vilanova Artigas. (Rafa D'Andrea/Divulgação)

Publicado em VEJA São Paulo de 15 de setembro de 2023, edição nº 2859

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