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Em Terapia

Por Arnaldo Cheixas Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Terapeuta analítico-comportamental e mestre em Neurociências e Comportamento pela USP, Cheixas propõe usar a psicologia na abordagem de temas relevantes sobre a vida na metrópole.
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Não justifique suas atitudes

Não dar justificativas sobre os próprios atos pode parecer uma postura arrogante e egocêntrica. Como se a pessoa se sentisse melhor que as outras e pudesse fazer o que bem entendesse sem se preocupar com os demais. Isso pode sim ser verdade em alguns casos mas, dependendo de como olhamos para a questão, veremos que […]

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 26 fev 2017, 13h08 - Publicado em 18 fev 2016, 15h08
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Não dar justificativas sobre os próprios atos pode parecer uma postura arrogante e egocêntrica. Como se a pessoa se sentisse melhor que as outras e pudesse fazer o que bem entendesse sem se preocupar com os demais. Isso pode sim ser verdade em alguns casos mas, dependendo de como olhamos para a questão, veremos que pode ser exatamente o inverso.

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Existem, basicamente, três motivos por que justificamos uma atitude:

Por insegurança. Este aspecto, no fim das contas, determina uma condição egocêntrica com muito mais clareza do que pareceria ser o caso de quem evita justificar seus atos. Não tem nada mais egocêntrico do que a insegurança. Quem justifica em demasia suas atitudes por sentir-se inseguro em relação a elas normalmente tem uma carência por atenção, o que leva à busca pela aprovação dos demais de forma frequente e intensa. A pessoa precisa ter certeza de que não está desagradando e, quanto mais quer ter certeza, mais desagrada. Pessoas assim são vistas como chatas. O duro é que esta percepção acaba corroborando a visão que a pessoa tem de si mesma. Uma armadilha.

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Porque fez o que não deveria ter sido feito. Claro que em situações assim, se raras, admitir o erro é sim uma boa ideia porque demonstra respeito pelos demais. Mas veja que admitir um equívoco não é o mesmo que justificá-lo. Aliás, é exatamente o contrário. Justificar nesses casos significa buscar uma fantasiosa explicação que exime a pessoa da responsabilidade pelo próprio ato. Tem como ser mais arrogante?

Por respeito aos demais. Este é o único e saudável motivo para justificar uma atitude. Só que, como as relações são complexas na prática, como diferenciar uma situação de respeito pelos demais e uma de egocentrismo ou erro? Uma dica importante é que o primeiro motivo (respeito pelos demais) é mutuamente excludente em relação aos outros dois (insegurança e fazer o que não deveria ter sido feito) porque estes contaminam a justificativa dada. Quer dizer, se você se sente inseguro em relação a uma atitude que tomou ou sabe que não deveria ter feito aquilo, a dimensão do respeito aos demais fica contaminada ou até mesmo comprometida. De qualquer modo, ela perde o sentido. A bem da verdade, são raras as situações nas quais justificar uma atitude se faz necessário.

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O ideal é que uma atitude fale por si só, que dispense explicações e notas de rodapé como justificativa. Embora seja útil justificar um ato por respeito aos demais (o primeiro motivo), ainda assim essa deve ser uma situação rara.

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Tive um colega no ensino médio que sempre justificava suas atitudes, o que o tornava uma companhia chata na maior parte do tempo. Outros colegas tiveram a ideia de lhe fazer questionamentos aleatórios para ver no que dava. Na primeira ocasião, resolveram questionar a cor da camiseta. “Cara… você veio de vermelho!” O incrível foi que ele realmente passou a tentar explicar sua escolha, dando até detalhes do ferro de passar de sua mãe.

Fizeram isso por um bom tempo ao longo do ano com os mais variados e aleatórios motivos até que ele percebeu o assédio envolvido na situação. Curiosamente, foi o início de uma mudança consistente em sua postura. Depois daquela experiência, ele passou a justificar raramente seus atos e foi se tornando uma companhia cada vez mais agradável e desejada pelos demais.

Certa mesmo estava a avó do Teobaldo.

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