A avó de Teobaldo
Teobaldo sentou-se ao lado da cama da avó. Sabia que a velhinha dificilmente chegaria a ver outra primavera e não queria perder nenhuma oportunidade de aprender algo mais com aquela mulher tão simples e tão sábia. Depois de compartilharem algumas boas risadas conversando sobre política e falando sobre o novo vestido violeta de tia Cotinha, […]
Teobaldo sentou-se ao lado da cama da avó. Sabia que a velhinha dificilmente chegaria a ver outra primavera e não queria perder nenhuma oportunidade de aprender algo mais com aquela mulher tão simples e tão sábia.
Depois de compartilharem algumas boas risadas conversando sobre política e falando sobre o novo vestido violeta de tia Cotinha, o jovem Teobaldo perguntou à avó sobre uma lição de vida que ela lhe havia dado quando ele ainda era criança: “Nunca justifique suas ações para os outros.”
Embora Teobaldo sempre tivesse seguido à risca o ensinamento, também sentia algum desconforto por achar que essa regra de conduta soa algo arrogante, como se não fosse importante pensar no outro. Ele compartilhou seu desconforto com a avó e perguntou se a regra era aquela realmente. Ele achava um paradoxo essa regra vir da avó, que sempre foi uma mulher tão doce no trato com todas as pessoas.
Em resposta ao neto, ela disse: “Agora você está pronto para conhecer a segunda e derradeira regra: nunca faça nada que você vá precisar justificar depois.”
Teobaldo, chorando, abraçou sua avó e foi embora sem dizer uma só palavra.