Diretor sofre preconceito ao anunciar vaga no mercado sensual
A saga de Paulo Arêdes diretor da empresa A Sós (espécie de “Avon das sex shop”) para fazer um anúncio na Catho para uma vaga de webdesigner
Em tempos de crise, o mercado sensual resiste e cresce em torno de 5% ao ano. Ainda assim, sofre preconceitos. Paulo Arêdes tem uma vaga de webdesigner na empresa que dirige, A Sós, espécie de “Avon das sex shop”, vendendo produtos eróticos no sistema de vendas diretas. Na segunda (9), o executivo quis fazer um anúncio na Catho, mas não conseguiu. “Falei com duas atendentes e elas disseram que a empresa não poderia fazer essa divulgação por ser algo do mercado erótico. Um absurdo! Que tipo de profissional acreditam que nós somos?”
A empresa existe há sete anos e oferece um catálogo com 300 produtos e tem mais de 5 000 consultoras no país inteiro. A sede fica em Belo Horizonte, mas a capital paulista representa seu principal mercado, com mais de 3 000 colaboradoras. Por mês, realiza em média 2 600 vendas.
“Geramos empregos e renda e, ainda assim, em pleno 2017, existe esse tipo de tabu”, lamenta Arêdes. Na sequência, ele postou um comentário no site Reclame Aqui, que teve aproximadamente trinta comentários.
Com a repercussão da postagem, na tarde de quarta (11) um gerente de marketing da Catho entrou em contato pedindo desculpas e afirmando que a vaga será postada.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Catho informou que foi um mal entendido pontual das duas atendentes e que essa restrição ao mercado erótico acabou há cinco anos. A empresa mandou a seguinte nota:
“A Catho informa que já se retratou com a A Sós, empresa de produtos eróticos, pelo erro no processo de cadastro de uma vaga no site. Apesar do ocorrido, agimos prontamente, e, com a concordância da A Sós, a vaga já está publicada e disponível aos candidatos interessados. Para acessá-la, basta clicar neste link.
Nos últimos meses, 43 empresas de segmentos similares à área de atuação da A Sós publicaram vagas de trabalho por meio da Catho. A Catho reitera que o ocorrido não expressa o posicionamento da companhia, que entende a importância de todas as empresas dos mais diversos segmentos para a economia brasileira.”