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Conheça “O Deus da Sacanagem”, biografia do quadrinista Carlos Zéfiro

Livro narra a incrível história de Alcides Caminha, um funcionário público que durante cinco décadas realizou escondido quadrinhos com sexo explícito

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 out 2018, 13h14 - Publicado em 24 out 2018, 12h54
O funcionário público Alcides Caminha: identidade por trás de Carlos Zéfiro (Divulgação/Veja SP)
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Entre as décadas de 40 e 80, o pacato funcionário público carioca Alcides Caminha viveu no subúrbio de Anchieta e de lá escondeu de todo mundo, inclusive da polícia, que era o desenhista Carlos Zéfiro, autor das famigeradas revistinhas de sexo explícito em quadrinhos conhecidas como “catecismos”. Antes popular, tornou-se cult por obras como As Aventuras de João Cavalo e Luíza, a Insaciável.

Zéfiro fez a alegria de adolescentes, que pouca ou nenhuma informação tinham sobre sexo, em uma época de forte repressão moral, promovida por entidades conservadoras, políticos, juízes, educadores e religiosos. Primeiro, suas revistinhas foram consagradas por todo o Rio de Janeiro. Depois, espalharam-se pelo Brasil, com um detalhe: por causa da ditadura, eram sempre vendidas às escondidas.

zefiro capa
(Divulgação/Veja SP)

Neste mês, Alcides Caminha tem sua vida revelada com o lançamento do livro O Deus da Sacanagem – A Vida e o Tempo de Carlos Zéfiro, (Editora Noir, 59,90 reais) escrito pelo jornalista Gonçalo Junior. O autor já biografou nomes como Assis Valente (Civilização Brasileira), Rubem Alves (Planeta), Vadico (Noir) e o cantor brega Evaldo Braga (Noir), além de ter publicado uma série de obras sobre quadrinhos, como A Guerra dos Gibis (Cia das Letras), que virou referência para estudiosos de todo país. “É um livro em que nada deixou de ser mostrado, inclusive a polêmica sobre o outro suposto Zéfiro, o desenhista Eduardo Barbosa”, explica o autor.

Em 1991, meses antes de Juca Kfouri revelar a identidade de Zéfiro em uma entrevista na Playboy, o desenhista Eduardo Barbosa disse ao jornal A Notícia que ele era o “deus da sacanagem”. Houve uma espécie de duelo, na época. Barbosa desafiou Caminha a uma espécie de “concurso público”: desenhariam na frente de uma plateia e jurados definiriam quem seria o verdadeiro Zéfiro. O funcionário público recusou a proposta, por causa de uma catarata e uma paralisia, mas apresentou uma precisão de detalhes sobre as obras que seu concorrente não tinha.

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zefiro
(Reprodução/Veja SP)

Caminha morreu em 5 de julho de 1992, aos 70 anos, nove meses após a bombástica entrevista. Mas nesse pouco tempo, recebeu todo o reconhecimento que merecia: ganhou o prêmio HQ Mix (aliás, dois dias antes de falecer), foi astro de uma bienal de quadrinhos, além de dar entrevistas aos principais veículos brasileiros. Em 1996, a cantora Marisa Monte usou seus desenhos no premiado CD Barulhinho Bom.

Já Eduardo ficou com a fama de falsário e beberrão e morreu em 2006, aos 92 anos.

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Caminha começou a traçar seus desenhos eróticos em 1940, após tentar a sorte no futebol e na música (foi parceiro de Nelson Cavaquinho no clássico “A Flor e o Espinho”). Com o dinheiro dos primeiros trabalhos, comprou alvenaria e cimento para construir sua casa. Em 1946, aos 25 anos, casou-se com Serat. O casal teve cinco filhos.

A obra de Zéfiro é dirigida ao “garanhão heterossexual”, gabava-se de “pular a cerca” e dizia que a maioria das aventuras sexuais retratadas eram inspiradas em fatos reais, vividos por ele. Ao mesmo tempo, o mestre pregava a sedução e o respeito como principais condutores para levar uma mulher para a cama. E o prazer delas também é essencial.

Abaixo, uma amostra do trabalho do “deus da sacanagem”:

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zefiro 4
(Reprodução/Veja SP)
zefiro 3
(Reprodução/Veja SP)
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(Reprodução/Veja SP)
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(Divulgação/Veja SP)
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