Censura, malandragem e pornochanchada na primeira série de época da HBO no Brasil; assista
A série Magnífica 70, que estreia no dia 24 de maio na HBO, é a primeira produção de época do canal a cabo no Brasil. Criada por Cláudio Torres, Renato Fagundes e Leandro Assis, a história apresenta os bastidores da produção cinematográfica na região central de São Paulo que ficou conhecida como Boca do Lixo, onde foram produzidas […]
A série Magnífica 70, que estreia no dia 24 de maio na HBO, é a primeira produção de época do canal a cabo no Brasil. Criada por Cláudio Torres, Renato Fagundes e Leandro Assis, a história apresenta os bastidores da produção cinematográfica na região central de São Paulo que ficou conhecida como Boca do Lixo, onde foram produzidas pornochanchadas e filmes independentes das décadas de 60 a 80.
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Situada no bairro da Luz, a trama inicia quando Vicente (Marcos Winter), um homem reprimido que trabalha no departamento de censura do governo de São Paulo, se apaixona por uma das protagonistas dos filmes que ele tem a obrigação de barrar. Casado com Isabel (Maria Luiza Mendonça), filha do General Souto (Paulo Cesar Pereio), Vicente vive uma existência acomodada e monótona. Passa os dias escrevendo relatórios e pareceres dos filmes que lhe são enviados para classificar.
Mas, ao assistir ao longa-metragem A Devassa da Estudante, ele se impressiona com a atriz Dora Dumar (Simone Spoladore), a protagonista. Na tentativa de conhecê-la, ele vai até a Boca do Lixo, onde entra em contato com esse universo sedutor e caótico. Lá, Vicente é apresentado a Dora e a Manolo (Adriano Garib), o dono da produtora Magnífica.
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No elenco também estão Joana Fomm, como Dona Lúcia, Bella Camero, como Ângela, Rogério Froes, como Seu Lorenço, Stepan Nercessian, como Larsen, Pierre Baitelli, como Dario, e André Frateschi, como Flint.
Produzida pela HBO Latin America em parceria com a Conspiração Filmes, a série tem treze episódios encomendados para sua primeira temporada.
Assista ao trailer com comentários dos criadores:
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Apesar de não ter nenhuma pretensão documental, Magnífica 70 recria bem o ambiente de época, dando uma ideia da rotina dos cineastas nos galpões de filmagem da Luz.
No primeiro episódio, para regravar o final de A Devassa da Estudante, por exemplo, a locação escolhida foi o mesmo endereço que estava sendo usado como set de produções do Zé do Caixão. O financiamento das obras em esquema de agiotagem também é retratado. Assim como no programa, os longas antigos eram pagos por comerciantes locais em troca do lucro das bilheterias.
“Cada episódio vai retratar uma fase da produção independente”, conta o diretor-geral da trama, Cláudio Torres. O Bar Soberano, ponto de encontro de diretores e atores, e Solange Hernandes, funcionária da censura que foi a pedra no sapato de muitos artistas da época, também serão relembrados.