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São Paulo nas Alturas

Por Raul Juste Lores Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Redator-chefe de Veja São Paulo, é autor do livro "São Paulo nas Alturas", sobre a Pauliceia dos anos 50. Ex-correspondente em Pequim, Nova York, Washington e Buenos Aires, escreve sobre urbanismo e arquitetura
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Edifício Jacques Pilon: de comercial para residencial

Retrofit levanta uma questão de décadas: por que dezenas de antigos prédios comerciais, vazios acima do térreo, não são adaptados para oferecer moradia?

Por Raul Juste Lores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 abr 2020, 12h11 - Publicado em 10 abr 2020, 06h00
Conversão para residencial: passado realçado como valor, até no nome (Divulgação/Divulgação)
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Ainda é uma raridade o mercado imobiliário perceber o valor agregado que uma construção histórica — que a história — traz a um imóvel. Por isso este retrofit é um feito. Originalmente, o antigo Edifício Irradiação, que ficou pronto em 1944, era de escritórios, na então nobre Avenida Senador Queirós. Levava o nome de um dos eixos do plano de avenidas do então prefeito-interventor Prestes Maia, o “rodoviarista” da ditadura Vargas. Como tantos outros corporativos, estava subutilizado quando a incorporadora TPA adquiriu o imóvel e decidiu transformá-lo em residencial.

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Jacques Pilon
O antigo Edifício Irradiação, que ficou pronto em 1944: antes ocupado por escritórios (Divulgação/Divulgação)

Tanto a empresa quanto o arquiteto Marcos Gavião, responsável pelo restauro e pela adaptação, perceberam o valor da fachada e da entrada originais, e apenas adaptaram as antigas salas comerciais, que viraram apartamentos compactos, entre 20 e 42 metros quadrados, que costumam saciar o público solteiro que se aventura a morar no Centro.

Jacques Pilon
Entrada do prédio: rebatizado com o nome do arquiteto e construtor franco-brasileiro Jacques Pilon (Divulgação/Divulgação)

O prédio foi rebatizado com o nome do arquiteto e construtor franco-brasileiro Jacques Pilon, autor do projeto original. Naquele fim dos anos 1930 e início dos 40, ele era um dos profissionais mais requisitados das pranchetas. Tinha acabado de entregar a nova Biblioteca Municipal (hoje, Mário de Andrade) e os projetos das sedes dos Diários Associados, para Assis Chateaubriand, e do jornal O Estado de S. Paulo, para a família Mesquita — além de um dos primeiros residenciais de luxo da cidade, o São Luís, na Praça da República com a Avenida Ipiranga. Foi sócio de Francisco Matarazzo e teve como colaboradores mestres do desenho como Franz Heep e Gian Carlo Gasperini. O novo nome do empreendimento resgata o trabalho de um arquiteto menos conhecido do que mereceria.

Jacques Pilon
Área de lazer no topo do Jacques Pilon: amenidade em local acessível do Centro (Divulgação/Divulgação)

O edifício também levanta uma questão de décadas: por que dezenas de antigos prédios comerciais na área central, vazios acima do térreo e da sobreloja, não são adaptados para oferecer moradia? Um tema já discutido nesta Vejinha é que boa parte desses comerciais desocupados fica inserida nos calçadões do Centro Velho e do Centro Novo, onde a mobilidade em dias de chuva, para entregas ou para quem tem limites de locomoção, é uma grande barreira, pouco enfrentada. No caso deste Jacques Pilon, em uma via aonde os táxis chegam com facilidade, está provado que a demanda existe.

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Publicado em VEJA SÃO PAULO de 15 de abril de 2020, edição nº 2682.

 

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