Belle époque reduzida a estacionamentos na Rua Florêncio de Abreu
A centenária e charmosa Casa da Boia é uma exceção preservada que contrasta com o abandono e as mutilações dos imóveis centenários vizinhos
Quando a privilegiada Florêncio de Abreu recebeu calçamento, em 1881, São Paulo era uma cidadezinha de 32 000 habitantes. Em pouco tempo, a rua virou uma bisavó da Oscar Freire.
Imigrantes sírio-libaneses vendiam vestidos importados e tecidos, no que originaria a 25 de Março, além de materiais de luxo à época, como sifões e boias de caixa-d’água, para os raros banheiros arrumadinhos da Pauliceia.
Até a Escola Alemã, antecessora do atual Porto Seguro, ficava ali. Décadas depois, com exceção da centenária e charmosa Casa da Boia, boa parte desse patrimônio tombado do fim do século XIX e início do XX definha ou foi reduzido a estacionamentos durante o dia. Mas o potencial e a beleza resistem.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 20 de novembro de 2019, edição nº 2661.