Imagem Blog

Poder SP - Por Sérgio Quintella

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Sérgio Quintella é repórter de cidades e trabalha na Vejinha desde 2015
Continua após publicidade

Polêmica, demolição do tobogã do Pacaembu tem ‘apito inicial’

Derrubada da emblemática arquibancada marca começo das obras no estádio, e intermináveis brigas na Justiça prometem manter as discussões em jogo

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
2 jul 2021, 06h00
vista parcial do campo e tobogã do pacaembu sendo destruído por três tratores
Estrutura para 10 000 pessoas: caso ainda não encerrado (Leo Martins/Veja SP)
Continua após publicidade

Por volta das 8 horas da última terça-feira (29), as pás de três tratores passaram a contar o fim de uma história que data de 1970. O polêmico tobogã, arquibancada para 10 000 pessoas no Estádio do Pacaembu, começou a ser derrubado para a construção de um prédio de nove andares. A obra, prometida para ficar pronta em outubro de 2023, faz parte do processo de concessão do complexo esportivo Paulo Machado de Carvalho, concluído em novembro de 2019, quando o então prefeito Bruno Covas assinou, juntamente com a concessionária Allegra, a transferência da posse do espaço, inaugurado em 1940. Pelo direito de exploração do Pacaembu por 35 anos, a empresa pagou 115 milhões de reais e investirá outros 285 milhões de reais.

“A obra é simples do ponto de vista de engenharia e complexa do logístico, pois o espaço é muito concentrado. Temos de pensar nos refeitórios dos trabalhadores, no canteiro”, afirma Eduardo Barella, CEO da concessionária. “Depois da demolição do tobogã, partiremos para a construção do edifício. Na sequência, seguiremos para as arquibancadas laterais e, por último, restauraremos o clube.”

arte de como ficaria o pacaembu após a obra, com um shopping, interligado à parte do campo, no lugar de onde é o tobogã
Projeção do novo edifício: entrega em dois anos (Divulgação/Divulgação)

Enquanto as obras ocorrem em parte do complexo, Barella prevê a realização de eventos pontuais em locais que ainda não receberão os trabalhos. “Como o restauro do clube só vai acontecer no ano que vem, planejamos fazer algo concentrado. Na estrutura do tênis, que é charmosa, programamos em novembro deste ano o primeiro campeonato brasileiro de MMA.” Outros eventos deverão ocorrer, ainda sem data definida, como jogos de e-esportes.

+Assine a Vejinha a partir de 8,90.

Quando ficar pronto, o novo Pacaembu terá, no térreo do edifício, uma esplanada que vai interligar o campo ao complexo esportivo, passagem atualmente obstruída pelo tobogã. No topo da edificação, uma praça elevada ligará as ruas Desembargador Paulo Passaláqua e Itápolis, cada uma de um lado do estádio. Nos andares superiores e subterrâneos haverá escritórios e restaurantes, além de um centro de convenções. Por contrato, a Allegra vai manter a gratuidade dos equipamentos do centro esportivo, como piscina e pista de cooper.

Continua após a publicidade
detalhe da arquibancada do tobogã sendo destruído, e estrutura onde ficava o telão acima
Mais cenas da destruição do tobogã (Leo Martins/Veja SP)
detalhe de trator destruindo o tobogã
São Paulo, SP 30/06/2021 OBRAS NO ESTÁDIO DO PACAEMBÚ – Escavadeiras desmontam a estrutura da arquibancada do Estádio do Pacaembú, em São Paulo. Foto: Leo Martins (Leo Martins/Veja SP)

Principal “inimiga” da concessão, a Associação Viva Pacaembu, que entrou com dois processos na Justiça para barrar a empreitada, foi derrotada recentemente em uma ação que pedia a proteção do tobogã, alegando que o espaço havia sido tombado juntamente com todo o complexo. Ao negar a liminar, o desembargador Spoladore Dominguez, da 13ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, abriu caminho para a derrubada, seguindo o mesmo entendimento dos órgãos estadual e municipal do patrimônio (Condephaat e Conpresp). “O mérito não foi julgado. E se lá na frente o juiz entender que o tobogã não deveria ser demolido vai mandar reconstruir? Não sabemos. Prosseguiremos com a ação”, afirma o advogado Sergio Livovschi, diretor da associação.

Continua após a publicidade

Idealizador do principal ponto de discórdia do estádio, o arquiteto Alberto Martino disse à Vejinha em 2019 que não tem apego pelo espaço e não se importa com a derrubada. “Cada trabalho tem seu tempo. Daqui a vinte anos podem achar que esse novo prédio não serve mais, derrubá-lo e fazer um belo parque.”

+Assine a Vejinha a partir de 8,90.

Continua após a publicidade

Publicado em VEJA São Paulo de 07 de julho de 2021, edição nº 2745

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 35,60/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.