O problema é a falta de espaços e não o Campo de Marte
Três tipos de ingressos foram colocados à venda para o show do Black Sabbath, que ocorreu na noite de sexta (11), no Campo de Marte. Quem arrematou as entradas de 300 e 600 reais teve acesso, respectivamente, a pista comum e a pista premium. A outra opção de entrada foi a chamada “full pack”. Além […]
Três tipos de ingressos foram colocados à venda para o show do Black Sabbath, que ocorreu na noite de sexta (11), no Campo de Marte. Quem arrematou as entradas de 300 e 600 reais teve acesso, respectivamente, a pista comum e a pista premium. A outra opção de entrada foi a chamada “full pack”. Além do acesso garantido à pista premium, o tal ingresso de luxo – metaleiros também curtem uma mordomia – disponibilizava um lounge open bar e com bufê, um kit personalizado e – ATENÇÃO – um estacionamento VIP com entrada exclusiva.
Quando um dos diferenciais de serviço é uma entrada exclusiva, podemos partir do pressuposto que o próprio evento sabe das chances de tumulto na entrada e na saída do show. Ainda mais numa sexta-feira (o trânsito da cidade fica ainda mais caótico) e em um espaço novo. Foi o primeiro grande teste do Campo de Marte, que passará a abrigar eventos de grande porte, a exemplo do festival Planeta Terra (9 de novembro).
Sim, boa parte das 70000 pessoas que compareceram ao épico show do Black Sabbath tiveram problemas de acesso ao espaço. Não apenas pelo trânsito, mas pela hora do evento. Às 19h30, muita gente ainda aguardava em uma imensa fila para entrar. Sem dúvida, foram as mesmas pessoas que começaram a lotar o local no meio da apresentação de abertura, no caso do Megadeth.
No entanto, a estrutura montada pela Time for Fun, organizadora do show, foi bastante superior em relação as que costumamos ver por aí. Os banheiros químicos, por exemplo, eram minoria. Foram substituídos por banheiros normais (e limpos) instalados para a ocasião. A oferta de caixas para comprar bebida e comida era grande, o que evitou filas quilométricas.
A pista premium foi brindada por um ótimo som, que garantiu cada grito metálico de Ozzy Osbourne aos seguidores do Príncipe das Trevas. Há relatos, contudo, de que os fãs da pista comum não tiveram a mesma sorte, pois o som não chegava (uma reclamação recorrente).
O Campo de Marte não revelou-se nem melhor e nem pior do que as outras opções de espaço da cidade. Mesmo perto de duas estações de metrô, quem quis ir embora de táxi precisou peregrinar por algumas horas. O mesmo que acontece em apresentações agendadas no Estádio do Morumbi, no Jockey Club e na Arena Anhembi. A cada evento deste tamanho o resultado apenas evidencia que a cidade de São Paulo está carente de espaços decentes para abrigar espetáculos.