Morre DJ André Pomba, ícone da noite LGBT+ paulistana
Com mais de trinta anos de atividade em boates, trabalhou por quase duas décadas no clube A Lôca, na Rua Frei Caneca, e em festas underground
Animador de pistas por mais de trinta anos em São Paulo, o DJ Pomba, ou André Luiz Cagni, morreu na manhã deste sábado (22) na capital paulista, aos 59 anos. O DJ, produtor musical, baixista e promoter de festas lutava contra um câncer de estômago desde o ano passado.
Por quase duas décadas, Pomba (1964-2023) deu expediente na lendária boate A Lôca, na Rua Frei Caneca, reduto de início underground frequentado sobretudo pelo público LGBTQIA+ e algumas celebridades. A festa longeva Grind, dedicada principalmente ao rock aos domingos, foi um enorme sucesso, desde 1998. Mesclava numa mesma noite Placebo, The Cure, New Order e Madonna. Nos últimos tempos, a noite rolava na balada Kat Klub, na Rua Augusta, sem Pomba como DJ — seu nome seguia nos créditos da festa como promoter.
Por muitos anos, promoveu também a festa Locuras, mais pop, onde tocava hits de Spice Girs e Britney Spears n’a Lôca.
Nas últimas semanas, a família e diferentes festas da cidade arrecadavam dinheiro para o tratamento de Pomba, que estava internado em uma unidade do Hospital Sancta Maggiore e se alimentava por sonda. É o caso da edição especial do Grind, a Pomba’s Fest, realizada no último dia 16, e de noite especial no Madame, no dia 13.
Metaleiro, Pomba também tocava baixo em banda de heavy metal. Foi técnico em computação, produtor de eventos e jornalista, dono da revista Dynamite, mesmo nome de um bar do qual o DJ cuidou. Foi, ainda, coordenador de fomento da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo entre 2017 e 2019.