Teatro do Incêndio conquista a casa própria no Bixiga
O grupo, comandado por Marcelo Marcus Fonseca, inaugura sede no dia 16 na esquina das ruas Treze de Maio e Santo Antônio
O diretor Marcelo Marcus Fonseca e sua Cia. Teatro do Incêndio vencem a crise com persistência e uma boa dose de risco. O grupo perambulou nos últimos anos por vários pontos em nome do sonho – ou necessidade – de ter uma sede. Passou pela Consolação, pelo casarão do antigo Madame Satã, pela Rua Santo Antônio e pela Treze de Maio, no coração do Bixiga.
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Foi na própria Treze, desta vez no número 48, que Fonseca encontrou à venda outro imóvel que, a partir do dia 16, deve ser a casa definitiva do Teatro do Incêndio. Vendeu o próprio apartamento, correu atrás de mais grana e o espaço ficou pronto para receber o público em seus 95 lugares, com ar condicionado, acessibilidade total e, vamos ao que interessa, bons espetáculos.
O primeiro deles é a tragicomédia musical “A Gente Submersa”, com texto e direção do dono da casa, que também está em cena ao lado de outros 22 artistas, entre atores, cantores e instrumentistas. A trama gira em torno da memória de três velhos que percebem o desaparecimento de suas referências de vida.
Falando no passado que não pode ser esquecido é bom lembrar. Localizado na esquina da Treze com a Santo Antônio, o novo Teatro do Incêndio abrigou em décadas passadas a Boate Igrejinha e o Café Soçaite, ícones do fervo no Bixiga. A fachada do casarão é tombada e, com todo respeito, Fonseca prestou uma homenagem aos grandes da cultura. Virou um painel em fundo branco com o nome em destaque de 376 grandes da cultura. Estão lá Tom Jobim, Zé Celso Martinez Corrêa, Cacilda Becker, Antonio Candido, José do Patrocínio, Lygia Clark e por aí vai.
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A temporada de “A Gente Submersa” será aos sábados, às 20h, e domingos, às 19h, até 10 de dezembro, com ingressos na base do “pague quanto puder ou quiser”.