Versão de “A Morta”, de Oswald de Andrade, homenageia centenário da Semana
Para a peça, dirigida por Cacá Toledo, 40 artistas se reuniram no prédio da Oficina Cultural que leva o nome do modernista, onde também está em cartaz
Em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna, uma versão de A Morta, publicada por Oswald de Andrade em 1937, tem temporada gratuita no prédio da oficina Cultural que leva o nome do escritor. A peça é o resultado do projeto Didática da Encenação ministrado pelo diretor Cacá Toledo, da Cia. Aberta de Teatro, que também assina a direção.
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Durante cinco meses, quarenta artistas, entre atores, assistentes de cenografia e de figurino, se reuniram no prédio no Bom retiro para a montagem, que se constrói a partir do site specific, quando o local não é apenas palco para a encenação, mas sim diretriz do espetáculo. Por isso, os 25 atores circulam por sete ambientes — da entrada ao estacionamento nos fundos — da Oficina e são acompanhados pelo público. Por vezes, eles precisam abrir espaço entre os espectadores e nem sempre há cadeiras para sentar. Mas tudo faz parte da proposta itinerante que, além de homenagear o modernista, protesta contra o sucateamento da instituição. Na trama, considerada a mais vanguardista de Oswald, a ação dramática é reduzida ao mínimo e se apresenta por meio de vozes de figuras fantasmagóricas de um mundo em ruínas. Todos os adereços e recursos cenográficos foram fabricados pelo grupo, que também coletou tecidos nas calçadas do bairro para a confecção dos figurinos (90min). 12 anos.
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Oficina Cultural Oswald de Andrade. Rua Três Rios, 363, Bom Retiro, ☎ 3222-2662. ♿ Qua. a sex., 20h. Sáb., 18h. Grátis (retirar os ingressos com uma hora de antecedência). Até 28/5. oficinasculturais.org.br.
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Publicado em VEJA São Paulo de 25 de maio de 2022, edição nº 2790