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Miguel Falabella discursa contra veto a menores no musical “Memórias de um Gigolô”

Miguel Falabella não se conteve e fez um contundente discurso na noite de ontem, dia 13, durante a sessão de estreia para convidados do musical “Memórias de um Gigolô” no Teatro Procópio Ferreira.  Com adaptação e direção cênica de Falabella, a versão para os palcos do romance de Marcos Rey sofreu uma alteração inesperada às vésperas […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 26 fev 2017, 15h38 - Publicado em 14 jul 2015, 14h42
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Miguel Falabella entre os dois atores mirins: nota de repúdio à censura (Foto: Divulgação)

Miguel Falabella não se conteve e fez um contundente discurso na noite de ontem, dia 13, durante a sessão de estreia para convidados do musical “Memórias de um Gigolô” no Teatro Procópio Ferreira.  Com adaptação e direção cênica de Falabella, a versão para os palcos do romance de Marcos Rey sofreu uma alteração inesperada às vésperas do início da temporada. Uma decisão judicial impediu a participação do atores Matheus Braga, de 13 anos, e Kalebe Figueiredo, de 10 anos, na montagem por considerar a trama, ambientada em um cabaré, imprópria para a idade deles. Os dois garotos subiram ao palco ao lado de Falabella com fitas adesivas na boca em sinal de protesto.

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Leia a íntegra do discurso de Miguel Falabella.

“Ainda celebraremos essa noite, mesmo que, por causa da decisão do juiz Flavio Bretas Soares, Matheus Braga e Kalebe Figueiredo, os dois atores alternantes do personagem jovem Mariano, não possam se apresentar nesse espetáculo. Uma das razões alegadas foi é que o personagem usava a palavra ‘masturbação’ no texto e que isso poderia prejudicar o desenvolvimento psíquico dos menores. O teatro, senhor Juiz, muito pelo contrário, ensina esses dois jovens talentos a dominar a língua, a se expressar com clareza, a aguçar o raciocínio e a olhar o mundo com os olhos da poesia. E o teatro musical ainda por cima lhes ensina a música. Além disso, ambos jovens atores têm longo currículo e foram acompanhados pelos pais durante todo o processo de ensaio. É  lamentável que o juiz desconheça que a justiça e o teatro são filhos do mesmo berço e é perigoso quando baixamos a cabeça para esse tipo de atitude arbitrária e retrógrada. Para mim, que comecei a carreira no final dos anos 70 e que vi o que o regime autoritário é capaz de fazer com o teatro, sua decisão é assustadora, excelentíssimo juiz. O teatro é, antes de mais nada, o espelho de uma civilização. Se a sua intenção era a fama, pois que seja feita a sua vontade. O senhor ganhou uma patética e tristonha citação na história do teatro brasileiro, mas tomando emprestado as palavras de Darcy Ribeiro, eu lhe diria que não gostaria de estar no lugar quem lhe venceu. Um agradecimento especial a esse maravilhoso elenco,  que lutou com afinco para o ensaio de última hora.”

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