Mel Lisboa tem comprovado a cada espetáculo a persistência e o talento para construir uma trajetória sólida no teatro. A atriz, que já foi a shakesperiana Desdêmona de Otelo, a rodriguiana Celeste da versão de Gabriel Villela para Boca de Ouro e a protagonista da adaptação teatral de Dogville, agora se volta para a obra do norueguês Henrik Ibsen em Hedda Gabler.
O texto, escrito em 1890, gira em torno da personagem-título, uma mulher entendiada, filha de um general falecido e casada com um homem que não lhe dá atenção. Hedda, então, começa a repensar sua existência em um drama pessoal que expõe a condição feminina em lenta transformação. A montagem, dirigida por Marcio Macena, estreia no Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt, no dia 14, e tem no elenco os atores Rafael Maia, Samuel de Assis, Eduardo Pelizzari, Carol Carreiro e Yael Pecarovich.
O blog desafiou Mel a cogitar seu futuro nos palcos. Quais outras cinco personagens da dramaturgia nacional e internacional ela sonharia em interpretar? Mel fez a lista e apresentou suas justificativas.
– Sônia, do monólogo Valsa nº 6, escrito por Nelson Rodrigues.
– Medeia, a personagem-título da tragédia de Euripedes, a mulher traída e desesperada que, para se vingar do marido, mata os próprios filhos.
– Lady Macbeth, a maquiavélica vilã da tragédia Macbeth, de William Shakespeare.
– Blanche DuBois, a delirante protagonista de Um Bonde Chamado Desejo, peça de Tennessee Williams.
– Nora, a personagem principal de Casa de Bonecas, do mesmo Ibsen, a mulher que desafia a sua condição de mãe e esposa na ânsia de comandar a própria vida.
“Juntas são as personagens que mais permeiam entre a fragilidade e a força. São mulheres completas e cheias de camadas. A força de Medeia, Nora e Lady Macbeth são forças diferentes, mas igualmente avassaladoras, apesar de terem sido escritas por autores de diferentes épocas e lugares. Blanche e Sônia, por exemplo, também são frágeis de forma muito diversa. E, claro, todas exigem tudo do intérprete, tudo”, afirma Mel.