Na Plateia | VEJA SÃO PAULO

Peça pouco conhecida de Juca de Oliveira, As Atrizes ganhou a cena em 1991 com Tônia Carrero, Lucélia Santos, Mauro Mendonça, Osmar Prado e Márcia Cabrita no elenco. Os bastidores do teatro e da televisão serviam de base para a trama, que contrastava a rivalidade de duas artistas de gerações diferentes envolvidas com o mesmo homem. Quase três décadas depois, o texto mereceu uma revisão do dramaturgo e ganhou nova versão, dirigida por Leo Stefanini, que estreia em 5 de julho no Teatro Opus, do Shopping Villa-Lobos.

As Atrizes do título agora são Angela Dippe e Renata Ricci. Marilda (interpretada por Angela) é uma estrela cinquentona, consagrada no teatro e que tem sido pouco lembrada pela televisão. A ambiciosa Irma (vivida por Renata) sonha com a fama e se envolve com Igor (personagem de Ary França), ninguém menos que o marido de Marilda. Irma é casada com Cláudio (representado por Giovani Tozi), um ator pouco expressivo e muito apaixonado pela mulher. O circo pega fogo de vez quando aparece uma jornalista (papel de Mariana Melgaço) que não mede esforços para garantir visualizações em suas reportagens.

Juca promoveu algumas modificações no original. Baixou a idade das protagonistas em pelo menos quinze anos e resolveu abordar conflitos mais ligados ao universo feminino, como sexualidade, traição e maturidade, deixando a história menos focada no meio artístico. Também estabelece o embate entre uma artista que conquistou o respeito diante de plateia e outra, de 30 anos, mais preocupada com o número de seguidores nas redes sociais que com o público que sai de cada para lhe aplaudir.