‘Hello, Édipo’ adapta tragédia grega para cenário urbano
Montagem da Cia Veneno de Teatro, inspirada por pensamentos de Michel Foucault, utiliza metateatro e recursos audiovisuais
A tragédia grega Édipo-rei ganha uma adaptação pela Cia Veneno de Teatro que repensa o texto de Sófocles a partir de temáticas do filósofo Michel Foucault (1926-1984). O foco da montagem Hello, Édipo é o personagem-título, que é o condutor do inquérito, promotor, juiz, carrasco e réu. o enredo original é preservado, porém com uma nova perspectiva: um grupo de pessoas decide contar sua versão de Édipo-rei em meio a uma encruzilhada urbana, desrespeitando a faixa de segurança onde Foucault tenta consertar o semáforo que entrou em pane.
A partir disso, os atores tomam o público como refém e iniciam uma jornada poética desembocando em um tribunal. Idealizada pelo dramaturgo e diretor Bartholomeu de Haro, a peça utiliza o recurso do metateatro, sonoridades clássicas com batuques e raps executados ao vivo, poesia urbana e graffiti para unir o clássico ao contemporâneo.
Os cenários (J.C. Serroni) e figurinos (Telumi Hellen) são feitos de material reciclado. Além disso, durante a encenação, vídeos são exibidos, entre eles, um trecho de uma conferência de Foucault na PUC-Rio em 1973.
(80 min). 12 anos. SP Escola de Teatro. Praça Franklin Roosevelt, 210, Consolação. ☎ 3775-8600. Até 13/10 Sex. e sáb., às 20h30. Dom., às 18h. Grátis. spescoladeteatro.org.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 27 de setembro de 2024, edição nº 2912