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“Funâmbulas”: uma família na corda bamba

O diretor Eric Lenate enriquece o texto de Priscila Gontijo e ultrapassa o drama familiar e profissional

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 21 fev 2018, 16h50 - Publicado em 21 fev 2018, 12h16

O paulista Eric Lenate é um encenador que se debruça sobre cada texto em busca de um caráter único, transformador para aquela obra. Tem sido assim há quase uma década. Sem sua direção marcante, o drama Funâmbulas, escrito por Priscila Gontijo, renderia apenas mais uma história centrada em um conflito familiar.

A trama apresenta três irmãs (vividas por Michelle Boesche, Rafaela Cassol e Vanise Carneiro). Cada uma seguiu seu caminho sem muito brilhantismo, e, agora, elas são obrigadas a juntar forças em torno do pai doente (o próprio Lenate, também expressivo ator), um setentão viúvo, com a memória comprometida.

A primogênita, Clara (papel de Vanise), tem uma rotina fútil, rodeada pelo marido e pelos filhos em Belo Horizonte. Ana (representada por Rafaela), a filha do meio, é uma aspirante a dramaturga que se sustenta como professora de teatro na periferia de São Paulo. A caçula, Júlia (interpretada por Michelle), trabalha como garçonete, dança no arame e sonha em dar uma guinada, talvez virando atriz. Em comum, as três levam a vida na corda bamba, algo que o pai rejeitou no passado, ao trocar o projeto de ser ator pelas garantias do trabalho como professor universitário.

O problema familiar e profissional dos personagens atinge a instabilidade própria do mundo artístico. Para estabelecer essa conexão, Lenate construiu uma encenação apoiada na linguagem circense, capaz de enriquecer o texto de Priscila, que já havia abordado tema semelhante demais na peça A Vida Dela, no ano passado. O visual impressiona desde a primeira cena e, mesmo que Michelle se mostre a mais à vontade, o elenco revela-se uniforme e inspirado.

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O excesso de citações, como aquelas em torno das peças Rei Lear e Júlio César, de Shakespeare, ou de As Três Irmãs, de Anton Tchecov, requer uma bagagem prévia do espectador. A unidade cênica alcançada, no entanto, cativa a plateia. O público percebe que é exigido pelos artistas na mesma medida da entrega deles na realização da montagem (100min). 14 anos. Estreou em 2/2/2018.

+ Centro Cultural São Paulo — Sala Jardel Filho. Rua Vergueiro, 1000, Paraíso. Sexta e sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 20,00. Até 11 de março. Haverá sessão no dia 8 de março.

+ Teatro Cacilda Becker. Rua Tito, 295, Lapa. Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h. Grátis (sex.) e R$ 20,00 (sáb. e dom.). Até 15 de abril. A partir de 23 de março. 

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