Fernanda Montenegro: dez peças marcantes da grande atriz brasileira
A artista brasileira, que celebra 90 anos, tem um repertório que vai da comédia ao drama e passa pelo experimental em quase sete décadas de palco
A Moratória
O primeiro papel de destaque de Fernanda foi a Lucília do drama escrito por Jorge Andrade, montado pelo Teatro Maria Della Costa em 1955. Na ressaca da crise de 1929, um fazendeiro (vivido por Elísio de Albuquerque) amarga a derrocada do café e reluta em ver a filha, Lucília, sustentando a família como costureira. Direção de Gianni Ratto.
O Mambembe
Espetáculo marcante do Teatro dos Sete, companhia fundada por Fernanda, Fernando Torres, Sérgio Britto, Ítalo Rossi e o diretor Gianni Ratto, a comédia musical de Artur Azevedo e José Piza foi montada em 1959 e rendeu uma temporada lendária no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A história satiriza os percalços de um grupo de artistas em constantes viagens pelo país.
O Beijo no Asfalto
Escrita sob encomenda por Nelson Rodrigues, a peça estreou em 1961 e se tornou um clássico da dramaturgia brasileira. Fernanda interpretou Selminha, a jovem suburbana que tem sua vida vasculhada depois que o marido é flagrado beijando um homem agonizante que acaba de ser atropelado. Gianni Ratto dirigiu ainda Oswaldo Loureiro, Mário Lago, Ítalo Rossi e Suely Franco, entre outros.
Seria Cômico… Se Não Fosse Sério
A comédia dramática de Friedrich Dürrenmatt, lançada em 1975, apresenta os duelos constantes de um casal que, aos 25 de união, não conserva um pingo de dignidade. Fernanda dividiu o palco com Fernando Torres e Mauro Mendonça (depois substituído por Sylvio Zilber).
É…
Um grande sucesso comercial, a comédia de Millôr Fernandes teve direção de Paulo José e estreou em 1977. A trama mostrava Mário e Vera (interpretados por Fernando Torres e Fernanda), marido e mulher, que sente a estável relação balançar a partir da convivência com um jovem e libertário casal (vivido por Renata Sorrah e Jonas Bloch).
+ Fernanda Montenegro teve importante passagem por São Paulo.
As Lágrimas Amargas de Petra von Kant
Fernanda atingiu aqui, sob a direção de Celso Nunes, uma de suas mais celebradas criações nos palcos. O texto do alemão Reiner Werner Fassbinder gira em torno de uma consagrada estilista arrasada por causa da paixão não correspondida por uma modelo (papel de Renata Sorrah).
Dona Doida
Apoiada na obra poética de Adélia Prado, Fernanda foi dirigida por Naum Alves de Souza em um monólogo sobre a alma feminina, as reflexões do cotidiano e as coisas simples da vida. O solo estreou em 1987 e, entre idas e vindas, foi apresentado pela atriz até 1999.
The Flash and Crash Days
Gerald Thomas criou o ousado espetáculo que reuniu a atriz e sua filha, Fernanda Torres, em um embate de imagens, gestos e ideias que colocava as duas em constante oposição. A peça estreou em 1991 no Rio de Janeiro, atravessou o ano de 1992 em cartaz pelo Brasil e realizou apresentações em diversos países no ano seguinte.
+ Fernanda Montenegro narra sua vida em livro.
Viver Sem Tempos Mortos
Felipe Hirsch dirigiu o monólogo, lançado em 2009, em que a atriz reviveu o pensamento e as contradições da escritora e filósofa francesa Simone de Beauvoir. Além dos tradicionais teatros, Fernanda percorreu um circuito de escolas públicos e centros culturais populares.
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