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Dramaturga Consuelo de Castro morre aos 70 anos

Na segunda metade da década de 60, as mulheres se impuseram como elementos inovadores da dramaturgia brasileira. Entre elas estavam Leilah Assumpção, Isabel Câmara e Consuelo de Castro. Em meio aos conflitos políticos e ao autoritarismo da época, essas autoras chamaram a atenção do público e da crítica por dosar em seus textos personagens intimistas […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 26 fev 2017, 11h20 - Publicado em 30 jun 2016, 13h44
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Consuelo de Castro: militância política e personagens intimistas

Na segunda metade da década de 60, as mulheres se impuseram como elementos inovadores da dramaturgia brasileira. Entre elas estavam Leilah Assumpção, Isabel Câmara e Consuelo de Castro. Em meio aos conflitos políticos e ao autoritarismo da época, essas autoras chamaram a atenção do público e da crítica por dosar em seus textos personagens intimistas sem fazer vistas grossas à onda repressiva que o Brasil atravessava.

Mineira radicada em São Paulo, Consuelo de Castro morreu, aos 70 anos, na madrugada desta quinta (30), na capital paulista, vítima de um câncer. Ela enfrentava a doença há seis anos. O velório se realiza a partir das 15h no Cemitério do Araçá. O corpo será cremado às 19h no cemitério da Vila Alpina.

+ Leia entrevista com Leilah Assumpção.

Depois de cursar ciências sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e ser militante ativa do movimento estudantil, Consuelo escreveu seu texto de estreia, “Prova de Fogo”, em 1968, que mostrava os bastidores da agitação política no meio escolar. A censura não perdoou, e a obra ficou conhecida apenas em leituras clandestinas, ganhando uma montagem só em 1993. O seu nome, no entanto, teve reconhecimento no trabalho seguinte. Em “À Flor da Pele”, de 1969, Miriam Mehler e Perry Salles representavam os papéis de uma jovem aluna e um professor conservador que vivem um caso de amor. Adaptada para o cinema em 1976, o filme de Francisco Ramalho Jr. trouxe Denise Bandeira e Juca de Oliveira no elenco.

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+ Antonio Fagundes abre ao público ensaios de “Vermelho”.

Premiada com o Molière e o Governador do Estado de melhor autora em 1974, Consuelo conheceu a consagração com “Caminho de Volta”, dirigida por Fernando Peixoto, sobre a crise financeira de uma empresa gerando conflito em seus funcionários. Nos anos 80, a dramaturga escreveu “Louco Circo do Desejo”, que tinha uma prostituta e um jovem empresário no centro da trama, “Script-Tease”, “Marcha à Ré”, “Mel de Pedra” e “Uma Caixa de Outras Coisas”, protagonizado por Clarisse Abujamra sob o comando de Antonio Abujamra. Para o diretor, ela ainda faria uma nova adaptação do musical “Hair”, em 1987. Em 2004, “Memórias do Mar Aberto – Medeia Conta sua História”, ganhou encenação no Teatro Sérgio Cardoso, com os atores Leona Cavalli, Cassio Scapin e Rubens Caribé. Seu último trabalho foi um livro infantil dedicado ao neto. Consuelo deixou dois filhos, a fotógrafa Ana Carolina Lopes e o jornalista Pedro Venceslau.

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