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“Deus da Carnificina” volta ao cartaz no Sérgio Cardoso

Mais uma boa notícia nesse agitado abril teatral. Um dos melhores – talvez o melhor – espetáculos apresentados em São Paulo no já longínquo ano de 2011 volta ao cartaz no dia 12. A comédia “Deus da Carnificina”, escrita por Yasmina Reza e dirigida por Emílio de Mello, reestreia no Teatro Sérgio Cardoso para temporada […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 fev 2017, 11h10 - Publicado em 28 mar 2013, 16h08

Orã Figueiredo, Deborah Evelyn, Julia Lemmertz e Paulo Betti na comédia de Yasmina Rezza (Foto: Guga Melgar)

Mais uma boa notícia nesse agitado abril teatral. Um dos melhores – talvez o melhor – espetáculos apresentados em São Paulo no já longínquo ano de 2011 volta ao cartaz no dia 12. A comédia “Deus da Carnificina”, escrita por Yasmina Reza e dirigida por Emílio de Mello, reestreia no Teatro Sérgio Cardoso para temporada nas sextas, às 21h30, sábado, às 21h, e domingos, às 18h, até 5 de maio. Os ingressos bem razoáveis custam R$ 40,00. Julia Lemmertz, Paulo Betti, Deborah Evelyn e Orã Figueiredo são os protagonistas. Quem viu o filme realizado por Roman Polanski no ano passado e não achou grande coisa, não desanime. A peça é bem melhor. Leia a crítica abaixo, publicada em VEJA SÃO PAULO, em 27 de abril de 2011.

Pobres Crianças Grandes

Existe uma missão pouco lembrada no teatro atualmente. Ao escolher um texto, produtor, diretor e elenco deveriam se preocupar com uma pergunta: “afinal, o que queremos dizer?”. Escrita pela francesa Yasmina Reza em 2006, a comédia “Deus da Carnificina” passa a mensagem na hora certa. É exemplo de um espetáculo capaz de cumprir as funções básicas da arte: diverte – e muito – a plateia, promove reflexão oportuna e leva a questionar posturas pessoais como coletivas.

Os atores Julia Lemmertz e Paulo Betti formam um casal que vai, um tanto sem vontade, ao encontro de outro (interpretado por Deborah Evelyn e Orã Figueiredo). Precisam resolver um problema envolvendo seus rebentos: o filho deles, de 11 anos, socou e quebrou dois dentes do outro menino em uma briga. A hipócrita troca de gentilezas inicial cede espaço a provocações à medida que os pontos de vista se distanciam, e o perfil de cada um ganha um novo desenho. Afinadíssimo, o quarteto explora contradições amparado pela equilibrada direção de Emílio de Mello. Da discrição submissa ao esculacho, Julia Lemmertz cresce de acordo com a exigência de seu personagem, enquanto Deborah Evelyn transforma arrogância em fragilidade. Mais propensos à caricatura, os papéis de Betti e Figueiredo nascem de estereótipos masculinos para assumir a condição de ausente e sufocado, respectivamente. E, sem piadas explícitas ou apelativas, o público gargalha, pensa nas crianças que ficaram em casa e, infelizmente, nas notícias publicadas pelos jornais.

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