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Bertoleza, personagem de “O Cortiço”, ganha protagonismo em musical

O espetáculo, adaptado e dirigido por Anderson Claudir, é centrado na ex-escrava que ergue o complexo de moradias junto do português João Romão

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 14 fev 2020, 12h02 - Publicado em 13 fev 2020, 12h50
Bertoleza
O musical Bertoleza: Lu Campos (à dir.) diante do elenco da Cia. Gargarejo (Winni Macedo/Divulgação)
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Expoente máximo do naturalismo brasileiro, o romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, foi publicado em 1890 e, passados 130 anos, cumpre sua função de clássico. É fortemente atual na exposição de personagens divididos entre explorados e exploradores, como Rita Baiana, Jerônimo, Miranda, João Romão e Bertoleza. O musical adaptado e dirigido por Anderson Claudir, com base na dramaturgia do diretor e de Le Tícia Conde, é centrado nesses dois últimos e batizado de Bertoleza.

Um painel do abuso e do resistente descaso enfrentados pelos negros no Brasil vem à tona através da ex-escrava (interpretada por Lu Campos) que empresta sua força de trabalho e as economias ao ambicioso português João Romão (papel de Bruno Silvério) para que ele construa moradias populares. Bertoleza é a mulher usada pelo homem por quem se apaixonou e que, quando ele encontra a chance de ascensão social diante do casamento com uma moça rica, precisa ser escanteada.

+ “As Mãos Sujas”, de Sartre, mostra a diferença entre a teoria e a prática do poder. 

Com direção musical de Eric Jorge, o espetáculo da Cia. Gargarejo associa a personagem-título a expoentes da luta negra feminina, como a guerreira Dandara, a escritora Carolina Maria de Jesus e a vereadora Marielle Franco. Entre números musicais e discursos em primeira pessoa, a direção provoca os espectadores, inclusive, ao colocar artistas negros vivendo brancos, recurso cênico incomum, e evocando situações com um tom contemporâneo.

Empreendedora de seu tempo, Bertoleza nunca usufruiu o título de bem-sucedida porque, além de vítima de racismo, foi alvo do machismo. A personagem ganha no surpreendente espetáculo uma nova leitura não apenas dentro da trama de O Cortiço, mas como representação de uma mulher de seu tempo e ainda capaz de apresentar características contemporâneas. Eduardo Silva, Ananza Macedo, Cainã Naira, Palomaris, Taciana Bastos, David Santoza, Edson Teles, Gabriel Gameiro, Matheus França e Welton Santos completam o elenco (90min). 12 anos. Estreou em 7/2/2020.

+ Sesc Belenzinho. Rua Padre Adelino, 1000, Belém. Sexta e sábado, 21h30; domingo, 18h30. R$ 30,00. Até 1º de março.

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