“Babilônia”: cinco motivos para ver a nova novela
Nova novela das nove, “Babilônia”, escrita por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, já virou assunto em diversas rodas. Que bom, né? Pelo menos um papo diferente. Eu já encontrei cinco bons motivos para acompanhar a trama e torcer para que os autores consigam manter o fôlego nos próximos meses. O casal Teresa […]
Nova novela das nove, “Babilônia”, escrita por Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, já virou assunto em diversas rodas. Que bom, né? Pelo menos um papo diferente. Eu já encontrei cinco bons motivos para acompanhar a trama e torcer para que os autores consigam manter o fôlego nos próximos meses.
O casal Teresa e Estela, vivido por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg
Ok, esse foi o assunto mais comentado dos últimos três dias na timeline de muita gente. E é inevitável. Não apenas por se tratar de um casal homossexual na terceira idade apresentado com coerência, longe de estereótipos ou apelações midiáticas. O texto consegue ser delicado e forte, desenhado em cima da psicologia das personagens e, no bom sentido, provoca os espectadores a pensar um pouquinho sobre o assunto. A principal arma dos autores para isso é bem simples: essas mulheres estão ali interpretadas por duas das mais respeitadas atrizes brasileiras, talvez as maiores.
As vilãs
Gloria Pires e Adriana Esteves quebram tudo na pele das vilãs, as duas de desenhos muito diferentes por sinal. Se vendo Inês (papel de Adriana) algumas vezes é inevitável o espectador associá-la ao personagem Carminha de “Avenida Brasil” – sim, elas têm traços comuns –, Glória Pires, por sua vez, surge irreconhecível como a calculista Beatriz. A talentosa intérprete ganha a chance rara em seu currículo de explorar uma faceta mais sensual. Maria de Fátima madura e ainda na batalha. Sua escalada pareceu um pouco fácil demais no primeiro capítulo, mas Gloria sustenta a credibilidade. A história precisava deslanchar para pegar.
A mocinha
Camila Pitanga soube dosar muito bem o caráter de Regina. Os autores se esforçaram para cravar sua imagem. “Não sou desse tipo de mulher” ou “não sou de beber”, disse ela, mais de uma vez e chegando a ficar um tanto forçado. Em três capítulos, no entanto, Regina já apanhou muito da vida e, como boa heroína, aprendeu a manter a cabeça erguida.
O time masculino
O melhor desempenho masculino dessa reta inicial ficou por conta de Tuca Andrada. O ator, escalado para apenas três episódios, encontrou o tom certo para o complexo Homero, um tipo omisso em alguns momentos, mas não um bobo. Cássio Gabus Mendes ainda promete e Bruno Gagliasso desponta como uma surpresa ao interpretar o cafetão Murilo. Tomara que ele aproveite bem a oportunidade.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=PjW_uEB8aEQ?feature=oembed&w=500&h=281%5D
A trilha sonora
Novela de Gilberto Braga é sinônimo de uma ótima trilha sonora. Pelo menos para quem curte MPB. Basta o público lembrar de “Água Viva”, “Dancin’Days” e “O Dono do Mundo” nas reprises do Viva. Vinicius de Moraes e Baden Powell na voz de Mart’nália na abertura já dá uma leveza para a novela, que, aliás, tem uma trama pesada e precisa encontrar pontos de alívio no seu decorrer. Uma novidade de Maria Bethânia, “Eu te Desejo Amor”, serve de fundo para os beijos de Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg e, logo, entra Gal Costa em uma releitura de “Ilusão à Toa”, de Johnny Alf.