Imagem Blog

Na Plateia

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.)
Continua após publicidade

“A Desumanização”, de Valter Hugo Mãe, duplica irmãs no teatro

Fernanda Nobre e Maria Helena Chira protagonizam versão para o palco do romance do escritor português dirigida por José Roberto Jardim

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 jun 2019, 11h29 - Publicado em 5 jun 2019, 11h20
A Desumanização
A Desumanização: José Roberto Jardim dirige Fernanda Nobre e Maria Helena Chira (Edson Lopes Jr./Divulgação)
Continua após publicidade

O palco do Sesc Santana é dividido em duas estruturas iguais que simulam quartos. Por eles, circulam duas mulheres idênticas (interpretadas pelas atrizes Fernanda Nobre e Maria Helena Chira) em movimentos coreografados e muito semelhantes em sua simultaneidade. É assim que o diretor José Roberto Jardim encena o drama A Desumanização, adaptado por Fernando Paz do romance do português Valter Hugo Mãe, trabalhando o tempo inteiro com o duplo, como um opressor jogo de espelhos.

O espetáculo transporta o conflito no tempo, mesmo que seja indefinido, para traçar um futuro para a personagem Halla. Hoje uma mulher, ela perdeu a irmã gêmea, Sigridur, antes de entrar na adolescência. Em seu monólogo, Halla redimensiona memórias, e não faz diferença se é representada por Fernanda ou Maria Helena. Ali surgem complexos de alguém que resistiu ao tempo e deparou com a amargura da perda precoce, com a violência psicológica e sexual e também com a necessidade de ficar calada.

O diretor usa recursos de imagens diferentes no que diz respeito à exposição das atrizes. Fernanda, na maioria das vezes bem-sucedida, expressa as emoções através de uma câmera que a projeta como em um depoimento psicanalítico. Maria Helena, por sua vez, obedece em parte a esse recurso, mas percorre também uma trilha mais desprendida do vídeo em sua crise existencial, pronta para perturbar a plateia.

O contraste de projeções culmina em uma relativa frieza, mas é condição para cravar a assinatura de José Roberto Jardim, um dos encenadores mais surpreendentes consolidados na segunda metade da década de 2010 (70min). 14 anos. Estreou em 10/5/2019.

+ Teatro do Sesc Santana. Avenida Luiz Dumont Villares, 579, Jardim São Paulo. Sexta e sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 40,00. Até o dia 30.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 49,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.