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“Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues, faz 70 anos e insiste na juventude

São raras as datas consideradas célebres e regularmente lembradas no teatro brasileiro. O dia 28 de dezembro de 1943 é uma das poucas. Há sete décadas, a peça Vestido de Noiva, escrita por Nelson Rodrigues (1912-1980) e dirigida pelo polonês Ziembinski (1908-1978), estreava no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi ali que tudo começou. […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 26 fev 2017, 23h07 - Publicado em 26 dez 2013, 07h08
Data da foto: 1943 Evangelina Guinle, conhecida como Lina Grey, Stella Perry e Maria Barreto Leite, em cena da peça "Vestido de Noiva", com texto de Nelson Rodrigues, e direção de Ziembinski. (/)
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Evangelina Guinle, conhecida como Lina Grey, Stella Perry e Maria Barreto Leite, em cena da peça "Vestido de Noiva", com texto de Nelson Rodrigues, e direção de Ziembinski.

1943: Lina Grey, Stella Perry e Luiza Barreto Leite no histórico “Vestido de Noiva”

São raras as datas consideradas célebres e regularmente lembradas no teatro brasileiro. O dia 28 de dezembro de 1943 é uma das poucas. Há sete décadas, a peça Vestido de Noiva, escrita por Nelson Rodrigues (1912-1980) e dirigida pelo polonês Ziembinski (1908-1978), estreava no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi ali que tudo começou. Não só a carreira de um surpreendente texto, a consagração do maior dramaturgo que o país conheceria ou um novo conceito de diálogo estabelecido entre palco e plateia. Acima de tudo, ali teve início a história de um teatro feito no Brasil que começaria a se aproximar do que era visto lá fora pelos nossos endinheirados.

Protagonizada pelos atores amadores do grupo carioca Os Comediantes, a encenação revolucionária de Ziembinski apresentava uma fragmentada estrutura em três planos — realidade, alucinação e memória, como o original de Nelson pedia. Tudo ao mesmo tempo, no mesmo palco e sem montagem ou desmontagem de cenários. Dada essa dificuldade, Vestido de Noiva se transformou, desde então, em um desafio para os diretores, sobretudo pela dificuldade de levá-lo ao palco com clareza e criatividade.

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Camila Amado e Norma Benguell na pela "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues com direção de Ziembinski.

1976 : Camilla Amado (Alaíde) e Norma Bengell (Madame Clessi) em nova montagem dirigida por Ziembinski (Foto: Chico Nelson)

Como todo clássico que se preza, a peça reaparece constantemente em um teatro perto de nós. Algumas vezes acertadamente e em outras tremendamente equivocadas. O fato é que Vestido de Noiva – setenta anos depois – ainda oferece ferramentas para leituras atuais. E deve continuar sendo assim por muito tempo. Uma trama que mostra a rivalidade de duas irmãs, Alaíde e Lúcia, por causa do amor de um mesmo homem, Pedro. Alaíde é um jovem burguesa fascinada pela vida mundana, simbolizada por Madame Clessi. Há mais de 30 anos, a  cafetina morou na casa que a família da protagonista compraria e por lá deixou um diário que caiu nas mãos de Alaíde. Faço aqui a minha homenagem. Ao Nelson Rodrigues e a esse texto que me fez enxergar o teatro de outra forma e perceber que também era possível lê-lo. Essas cenas mostram algumas montagens de Vestido de Noiva e diferentes enfoques que as palavras e ideias do grande dramaturgo ganharam de nossos diretores.

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Malu Mader e Luciana Braga na peça "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, dirigida por Luiz Arthur Nunes.

1993: Malu Mader e Luciana Braga como Alaíde e Lúcia sob o comando do diretor Luiz Arthur Nunes (Foto: Fernando Lemos)

 

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peça "Vestido de Noiva", com o grupo Tapa, dirigida por Eduardo Tolentino de Araújo.

1994: Denise Weinberg e Clara Carvalho na montagem de Eduardo Tolentino de Araújo (Foto Gladstone Campos)

Cléo de Páris na peça "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, dirigida por Rodolfo García Vazquez, da Companhia de Teatro Os Satyros.
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2008: Cléo De Páris interpretou Alaíde na encenação de Rodolfo García Vazquez, da Companhia Os Satyros (Foto: André Porto).

 

Leandra Leal, Marcello Antony e Vera Zimmermann na peça "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, dirigida por Gabriel Villela.
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2009: Leandra Leal, Marcello Antony e Vera Zimmermann: o triângulo amoroso na concepção do diretor Gabriel Villela (Foto: João Caldas)

Mariza Junqueira e Ronaldo Serruya na peça "Nada Aconteceu, Tudo Acontece, Tudo Está Acontecendo", baseada no texto Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues,

2013: Mariza Junqueira e Ronaldo Serruya: em “Nada Aconteceu, Tudo Acontece, Tudo Está Acontecendo”, montagem do Grupo XIX de Teatro livremente inspirada em “Vestido de Noiva” (Foto: Amer Moussa)

 

Gabriela Fontana e Lavínia Pannunzio (no fundo) em "Vestido de Noiva", peça de Nelson Rodrigues, dirigida por Eric Lenate.

Gabriela Fontana e Lavínia Pannunzio: sob a direção de Eric Lenate, “Vestido de Noiva” ganhou uma encenação à altura no segundo semestre de 2013 (Foto: Marcelo Villas Boas)

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