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Tiago Iorc diz que não libera música porque isso beneficia ex-empresário

Músico não autoriza utilização de faixas em que é coautor; empresário, Felipe Simas, diz que não tem direito algum sobre as obras

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Atualizado em 15 jun 2020, 13h44 - Publicado em 15 jun 2020, 13h02
Tiago Iorc e Anavitória
 (Reprodução/Veja SP)
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O cantor Tiago Iorc se manifestou mais uma vez nas suas redes sociais sobre o imbróglio envolvendo a liberação de faixas em coautoria com Ana Caetano, do duo Anavitória. O músico não autorizou as regravações. O movimento pegou a dupla de surpresa, já que preparava um projeto para ser lançado durante a quarentena, com quatro canções divididas com Iorc. No recado, o músico diz que respeita a história que tem com a dupla (ele era padrinho musical das meninas) e do trabalho que fizeram juntos, mas que outras pessoas se beneficiariam com as faixas.

“Eu queria retribuir o carinho… Como vocês disseram, eu nunca deixei de liberar uma música para vocês e nunca vou fazer. A questão não é com vocês. Eu sei que meus direitos estão resguardados, os direitos de vocês também. Mas outras pessoas também se beneficiam com essa liberação. Dentre elas uma pessoa que vem me prejudicando e eu não acho certo”, diz em vídeo. Ele se refere a Felipe Simas, empresário com quem trabalhou por mais de dez anos, responsável pela estratégia de carreira e divulgação do rapaz. Os dois viraram case na música nacional pelo sucesso do cantor e, na sequência, de Anavitória.

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“A acusação pública de sabotagem é gravíssima e deveria ser discutida, unicamente, na justiça. Já a censura dele à música de Anavitória é um fato. Que tudo isso sirva, ao menos, para propor uma revisão na Lei de Direitos Autorais. Proibir um artista de interpretar sua própria canção é um atentado à arte. Mesquinharia alguma deveria ser capaz de impedir uma música de ganhar o mundo”, afirma Simas a Vejinha.

Pela Lei, se um artista quer gravar ou regravar a composição de outro, ele precisa da autorização deste, mesmo que tenha participado da sua autoria. Como é o caso dessas quatro faixas, em que Ana e Iorc dividem as composições. Com a autorização concedida, todos os autores envolvidos são remunerados pelas execuções.

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“O argumento dele de impedir o lançamento da música para que eu não seja o beneficiado com ela é infundado. Eu não sou a gravadora e, tampouco, sou autor ou intérprete da música”, afirma o empresário. “Enfim, nada de surpreendente ou de novo nesse circo de vaidade que é o mundo dos bastidores do show business”, completa.

A troca pública de mensagens via vídeo começou na noite de sexta (12), quando Ana, emocionada, falou em uma live que Tiago Iorc não tinha liberado a autorização para o uso de quatro músicas que os dois fizeram juntos no projeto de DVD O Tempo É Agora, que seria lançado nos próximos meses. Entre as faixas estão Trevo (Tu). No sábado (13), Iorc fez um vídeo em seu perfil no Instagram.

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No anúncio, ele diz entender o sentimento da cantora. “Provavelmente me sentiria da mesma forma se eu não soubesse o que está acontecendo por trás de tudo isso. E nessa tua atitude impensada de tornar isso público, você realmente não sabe da missa a metade. O escritório que gerencia a carreira de vocês, que é o escritório com o qual eu trabalhava e não trabalho mais, ele vem repetidamente sabotando meu trabalho, agindo de má fé para me prejudicar… A lei do direito autoral existe justamente para proteger os autores, então, eu tenho certeza que em nenhum momento da sua vida artística você abriu mão disso porque sabe o valor que tem”, explica.

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A resposta veio, então, com um vídeo da dupla, que tratou de explicar como funciona a Lei do Direito Autoral e como a regravação das composições não prejudicaria Tiago, pelo contrário. “É mais ou menos assim: se você quer regravar uma música que outra pessoa assina, você pede autorização para poder lançar e essa pessoa diz ‘ok, pode lançar’ ou ‘não pode lançar’. Isso de nada tem a ver com você abrir mão do direito autoral sobre essa música. Se você libera a música, é remunerado normalmente por cada execução da música. Tanto é que já regravou várias músicas nossas e isso nunca foi um problema até o momento. É a primeira vez que nos foi negada a gravar a nossa canção”, diz Ana.

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As meninas contam ainda no vídeo que estão mais de dois anos sem conseguir contato com Tiago Iorc. “Em paralelo a isso, tem outra história. Tem mais de dois anos… A live foi um impulso emocional de ferida no coração. Nunca foi nossa intenção deixar isso público… Há mais de dois anos a gente tenta contato com Tiago e todas as vezes a gente recebe silêncio. No meio desse tempo, a gente teve um contrato dissolvido, ele era nosso sócio e hoje ele não é mais o nosso sócio e tudo isso foi feito por meio de advogados porque ele nunca quis conversar”, afirma Vitória Falcão. “Eu não consigo entender muito bem por que você [Tiago] levantou essa questão de direito autoral, de abrir mão disso, uma vez que… essa história não é sobre isso, você sabe. O que a gente está pedindo é autorizar a gravação. Você vai continuar sendo remunerado por isso. As coisas vão acontecer como sempre aconteceram”, completa Ana.

Foi então que Iorc, na noite de domingo (14), explicou também em vídeo a fim de encerrar o debate público sobre o assunto e reforçou que a autorização seria concedida depois de resolvida as questões com o ex-empresário. Em janeiro de 2018, o cantor anunciou uma pausa na carreira, interrompida no início do ano passado, com o lançamento do disco Reconstrução, e em seguida, o cantor foi a estrela do retorno do projeto Acústico MTV, com direito a turnê no ano passado. A turnê, no entanto, não teve a aderência esperada no ano passado.

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