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Por Juliene Moretti
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Gal Costa lança disco de sucessos com participações como Silva, Criolo e Seu Jorge

Em novo álbum, seus fãs poderão ter uma nova experiência com seus sons mais famosos

Por Juliene Moretti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
12 fev 2021, 01h30

Desde novembro, Gal Costa foi dando pistas de seu novo disco, Nenhuma Dor, lançado nesta sexta (12). A cada semana, ela mostrava duas das gravações que traziam nomes das gerações mais novas de compositores e cantores dividindo os vocais. Os escolhidos foram Rodrigo Amarante, Zeca Veloso, Seu Jorge, Zé Ibarra, Rubel, Jorge Drexler, Criolo, Tim Bernardes, António Zambujo e Silva, que receberam o desafio de revisitar as canções que ficaram marcadas na voz da cantora. Entraram na seleção Coração Vagabundo, Meu Bem, Meu Mal, Juventude Transviada e Baby, por exemplo.

Cada um produziu a sua faixa para levar à Gal. “Começamos o projeto muito antes da pandemia, nem sonhávamos que ia acontecer. Os convidados gravaram na minha tonalidade e eu fiquei adiando. Veio essa doença e não tinha colocado voz nenhuma”, conta a artista. Com todo mundo testado e protocolos seguidos à risca, ela entrou em estúdio. “Não saía para nada. Neste momento difícil, cantar foi um respiro, um alívio.”

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Vejinha: Como você encarou a quarentena e o isolamento?

Gal Costa: Não sou uma pessoa que se isola, mas o momento exige. Saí para ir ao estúdio com todos os cuidados e não saio para mais nada. Fico em casa esperando. A vacina está chegando, estou louca para ser vacinada. Essa não é uma doença de uma pessoa só, é de todo mundo. Tem de ter solidariedade, compaixão. É importante que as pessoas se comportem, mas não é isso que estamos vendo. Muita gente nas ruas sem máscaras, muito desrespeito.

Vejinha: Como foi escolher e revisitar esses trabalhos?

Gal Costa: A seleção foi feita de forma muito democrática, com a ajuda das pessoas que participaram do projeto e dos convidados. Como eles produziram as suas respectivas faixas, deu uma cara nova às canções. Isso foi positivo. Foi muito bom cantá-las. Eu estava em casa trancada e foi um alívio. As faixas têm uma densidade e este foi um momento em que as pessoas estão tendo mais prazer em ouvir músicas de catálogo, da minha época, da minha geração.

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Vejinha: Por que você acha que as pessoas estão fazendo esse resgate?

Gal Costa: É a memória de um tempo bom. Não tinha essa loucura de doença. Era bom nesse aspecto, não tinha esse sofrimento. Hoje parece ficção. A gente via os filmes na TV, de vírus matando a humanidade, e olha aí. Uma loucura.

Vejinha: Muitos fãs seus hoje nem eram nascidos quando esses trabalhos foram lançados. Como vê essas gerações?

Gal Costa: Fico muito feliz de a minha voz passar por gerações. Espero que continue. Eu trabalho porque a música é importante para as pessoas e para a minha vitalidade. As canções compostas pelo grupo do meu tempo tinham mais conteúdo e melodia, e para mim são mais atrativas. Quando uma música é boa e tem conteúdo, ela sempre vai ser atual, contemporânea. Não estou falando mal de ninguém. Temos muitos compositores talentosos hoje, tanto é que estou trabalhando e trabalho com jovens. Tem muita gente boa mesmo. Mas a minha geração é muito especial.

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Vejinha: Por que a decisão de chamar só homens para este trabalho?

Gal Costa: O Marcus (Preto, diretor artístico) partiu do princípio de que eu sou uma cantora que influencia não apenas as mulheres, mas os homens também, como Tim Bernardes e o Silva. Quando o Tim foi fazer Baby, trouxe uma extensão no “babyyy…”, que eu criei. São compositores homens e jovens que foram influenciados pelos cantos da Gal, e isso é interessante. Se fossem mulheres, seria mais do que óbvio. Os meninos ficam bem na foto.

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Vejinha: Como estão os planos para o futuro, já que ainda estamos longe de ter shows?

Gal Costa: Eu pretendo fazer show quando todo mundo for vacinado e estiver seguro. Quero voltar a trabalhar, mas está certo esperar. Cancelar o Carnaval, por exemplo. Precisa preservar a vida. O Carnaval vai continuar nos outros anos. Eu gostaria de sair, ter uma vida normal, ir ao cabeleireiro, visitar amigos. Mas é mais importante cuidar da saúde.

Gal Costa com Tim Bernardes (à esquerda) e Rubel (à direita)
Gal Costa com Tim Bernardes (à esquerda) e Rubel (à direita), que regravaram os sucessos ‘Baby’ e ‘Coração Vagabundo’, respectivamente, junto com a cantora (Carol Siqueira/Divulgação)

PARA CONHECER

Avarandado, com Rodrigo Amarante
A canção é de Caetano Veloso, e Amarante se inspirou na versão de João Gilberto, de 1973, para a produção.

Nenhuma Dor, com Zeca Veloso
O próprio Zeca escolheu a faixa, que é uma parceria entre Caetano e o poeta Torquato Neto.

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Juventude Transviada, com Seu Jorge
A música de Luiz Melodia apareceu no disco Gal Tropical, de 1979.

Meu Bem, Meu Mal, com Zé Ibarra
Também de Caetano, Gal regravou a faixa para o disco Fantasia, de 1981.

Negro Amor, com Jorge Drexler
A música é uma versão de It’s All Over Now, Baby Blue, de Bob Dylan, feita por Caetano e Péricles Cavalcanti. Gal regravou esta canção em Caras & Bocas, de 1977.

Coração Vagabundo, com Rubel (na foto, à dir.)
Do álbum Domingo, o primeiro que Gal e Caetano fizeram juntos, de 1967.

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Baby, com Tim Bernardes (na foto, à esq.)
Considerada um dos clássicos da artista, a faixa de Caetano Veloso saiu do álbum Gal Costa, de 1969.

Paula e Bebeto, com Criolo
De Milton Nascimento e Caetano, a música está no disco Água Viva, de 1978.

Pois É, com António Zambujo
A faixa também faz parte do Água Viva e é uma parceria de Tom Jobim com Chico Buarque.

Só Louco, com Silva
Esta faz parte do disco Gal Canta Caymmi, de 1976.

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Publicado em VEJA São Paulo de 17 de fevereiro de 2021, edição nº 2725

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