A força do nosso audiovisual
Cinema paulistano ganha selo da Unesco para SP enquanto luta pela regulação do streaming
São Paulo acaba de ser reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa na categoria cinema. O selo é fruto de uma longa construção coletiva que envolve realizadores, produtoras independentes, salas de cinema de rua, circuitos de periferia, cineclubes, universidades e políticas públicas fundamentais, como as da SPCine (Empresa Municipal de Cinema e Audiovisual).
Praticamente na mesma semana desse reconhecimento, o setor audiovisual de São Paulo, grande protagonista desse título de cidade criativa, se reuniu diante da Cinemateca Brasileira para se somar a uma reivindicação nacional contra o relatório do Projeto de Lei, que deveria regular o streaming no país.
Entre outras distorções, o texto atual que está prestes à ir a votação reduz para 10% a cota mínima de produções nacionais nos catálogos das plataformas. O desejo do setor é pelo menos 20%.
Do ponto de vista das cidades brasileiras, o que está em jogo é a capacidade de contar suas histórias, construir imaginário, produzir identidade e ampliar sua relevância cultural.
Menos obras nacionais significam menos recursos circulando nos territórios, menos trabalho para equipes, menos filmagens nas cidades, menos formação de público, menos capital simbólico projetado ao mundo.
O audiovisual emprega mais que a indústria automobilística e é central na economia criativa do país. Para São Paulo, principal capital criativa da America Latina, o setor é essencial. Por isso, reconhecer e apoiar o setor como estratégico por aqui, precisa ir além de preservar espaços como a SP Cine ou celebrar o título da Unesco recém conquistado.
Para vermos a potência dessa movida paulistana que toda semana destacamos nessa coluna devidamente reconhecida nas telas, é necessário que o conjunto da sociedade, as lideranças políticas, econômicas e parlamentares da cidade atuem ativamente na defesa de uma regulação justa do streaming.
Quero que a Semana de Arte Moderna, o gênio Mário de Andrade, a Jovem Guarda, a Rua Augusta, a Vanguarda Paulistana, o Teatro Oficina, o rock nacional, o carnaval de rua, os cardeais do samba, o hip hop e o funk virem mais filmes, mais séries e se perpetuem. Para isso, precisamos garantir uma cota de filmes nacionais de pelo menos 20% e proteger as condições de produção audiovisual na nossa cidade criativa.
“Tremembé”: O que se sabe sobre a situação atual de Sandrão?
Suzane von Richthofen volta ao Instagram após “Tremembé”
Revo completa dois anos e redefine a mobilidade aérea em São Paulo
Havanna remodela loja-conceito com investimento de 3 milhões de reais
Prédio famoso pelo contraste com comunidade enfrenta dívidas e processos





