A parte que falta ao Ibirapuera de Niemeyer
Pouca gente sabe, mas o projeto mais famoso de Oscar Niemeyer em São Paulo, o Parque do Ibirapuera, não foi totalmente concretizado. Na prancheta do arquiteto, morto ontem à noite, havia uma passagem interligando a ponta da marquise ao Auditório Ibirapuera. Seria uma espécie de anel, elevado a meio metro do chão, onde ficariam as […]
Pouca gente sabe, mas o projeto mais famoso de Oscar Niemeyer em São Paulo, o Parque do Ibirapuera, não foi totalmente concretizado. Na prancheta do arquiteto, morto ontem à noite, havia uma passagem interligando a ponta da marquise ao Auditório Ibirapuera. Seria uma espécie de anel, elevado a meio metro do chão, onde ficariam as bilheterias do auditório, cobertas por uma laje. Quem conta isso é o arquiteto Carlos Lemos, professor da USP, que trabalhou com Niemeyer no desenvolvimento do projeto do parque de 1952 a 1957. Lemos também dirigiu o escritório de Niemeyer na capital paulista, quando comandou a conclusão do edifício Copan, outro cartão-postal com que Niemeyer presenteou a cidade.
Hoje, para tirar a ideia original do Ibirapuera do papel e torná-la realidade, seria preciso derrubar parte da ponta da marquise, para assim construir essa interligação. Como o local é tombado, a burocracia em torno de uma obra dessas dificilmente permitirá que os paulistanos conheçam o real traçado do local, um dos mais queridos da cidade. Bancos espalhados pela marquise, que fizessem dela não apenas passagem, mas um lugar de estar, também estavam previstos no plano inicial. A boa notícia é que a marquise passa um amplo restauro, o primeiro desde a sua construção e que deve ficar pronto na semana que vem.
- A entrada do Auditório do Ibirapuera como é hoje, sem a ligação elevada com a marquise (Foto: Nelson Kon)
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