Entenda a polêmica sobre o filme ‘Virgem Maria’, da Netflix
A produção tem sido criticada pela escalação de atores israelenses e pelo contexto da guerra na Palestina
O filme Virgem Maria está no topo do ranking dos mais assistidos na Netflix no Brasil. A obra sobre a mãe de Jesus Cristo estreou na sexta-feira (6) e tem dado o que falar entre palestinos e cristãos, principalmente devido à escolha do elenco e ao contexto geopolítico global.
Foram escalados atores israelenses para interpretar boa parte dos personagens, como Noa Cohen (Maria), Ido Tako (José), Ori Pfeffer (Joaquim), Mili Avitar (Mariana), Keren Tzur (Isabel) e Hilla Vidor (Ana). Internautas criticaram a decisão nas redes sociais, relacionando-a à atual situação na Palestina.
A história do cristianismo diz que Jesus foi um profeta judeu que viveu na região da Palestina, que é hoje alvo de bombardeios de Israel, em guerra pelo território.
“A Netflix achou que seria uma boa ideia escalar uma israelense para representar Maria, como se os israelenses não estivessem bombardeando a terra natal do próprio Jesus e também todas as igrejas”, disse um usuário no X, antigo Twitter. Outro acrescentou: “Primeiro a Netflix tirou todo o conteúdo palestino do ar e agora eles transmitem um filme sobre Maria com um elenco todo israelense enquanto essas mesmas pessoas estão bombardeando o local de nascimento de Cristo? Boicote essa m****”.
Alguns usuários não viram problema no longa e gostaram da produção, alegando antissemitismo na reação negativa dos espectadores. “Bem absurdo reclamar de uma judia representando uma mulher judia”, questionou uma pessoa, também no X.
Cristãos conservadores criticaram a obra em outra instância: não retratar a relação de Maria com José como casta, além de outras imprecisões históricas.
Dirigido por DJ Caruso e escrito por Timothy Michael Hayes, Virgem Maria é um épico bíblico sobre a história da mãe de Jesus Cristo desde a infância, em Nazaré, até o nascimento do profeta em uma manjedoura.
Sobre a escalação do elenco, o diretor declarou: “Era importante para nós que Maria, juntamente com a maior parte do nosso elenco principal, fosse selecionada em Israel para garantir a autenticidade”.