Esnobado pelo Oscar, ‘Todos Nós Desconhecidos’ merece mais hype
Filme com Andrew Scott e Paul Mescal toca em assuntos profundos com um roteiro cuidadoso e perspicaz
✪✪✪✪ Esnobado pelo Oscar deste ano, Todos Nós Desconhecidos toca em questões profundas com delicadeza.
No filme em cartaz nos cinemas, Adam (Andrew Scott) é um roteirista que sofre com fantasmas do passado, desde um roteiro abandonado até a morte de seus pais em um acidente de carro. Ele conhece Harry (Paul Mescal, indicado ao Oscar de melhor ator pela atuação em Aftersun), seu vizinho misterioso, e um relacionamento começa a florescer.
À medida que os dois se aproximam, Adam vê a necessidade de revisitar o trauma da infância como adulto, graças a uma habilidade metafísica.
Além dos ótimos desempenhos, merece atenção o roteiro cuidadoso e perspicaz de Andrew Haigh, que também assina a direção do longa, adaptado do livro Strangers (1987), do escritor japonês Taichi Yamada. Há toques pessoais do cineasta, como o uso da casa real de sua infância para as cenas.
Publicado em VEJA São Paulo de 29 de março de 2024, edição nº 2886