‘Sorria 2’ supera primeiro filme com história de assombração e depressão
Com a performance audaz e destemida de Naomi Scott, o diretor Parker Finn mostra querer elevar a narrativa proposta
O filme de terror Sorria (2022) obteve um sucesso impressionante, considerando que se trata da estreia do diretor americano Parker Finn em um longa-metragem.
Apesar do roteiro inconsistente e da premissa familiar para fãs do gênero, conquistou uma bilheteria mundial de 217 milhões de dólares, com um orçamento de 17 milhões. A saga nas telonas continua em Sorria 2, superando o primeiro longa e tomando proporções ainda maiores, com novos personagens.
Agora, é a vez da cantora Skye Riley (Naomi Scott) ser assombrada por uma entidade maligna, que muda de forma, mas carrega sempre um sorriso aterrorizante consigo.
Enquanto se recupera do vício em drogas e de um acidente traumático, ela precisa conciliar a tentativa de retomar a rotina de artista pop com as aparições da assombração e o conflito com o próprio passado para reestabelecer a normalidade.
A sequência tem um enredo mais lapidado e prende a atenção. As cenas de susto não são tão marcantes quanto as do original, mas o diretor não demonstra ter essa ambição aqui — afinal, trata-se do mesmo sorriso maligno e, em alguma hora, ficaria repetitivo se reduzido a isso.
A intenção é mostrar como a premissa funciona em um novo contexto, mais grave e delicado que é o da depressão de uma pessoa pública refém da indústria. O arco da loucura de Skye culmina com a atuação audaz e destemida de Naomi Scott. Assim, o diretor busca elevar a proposta.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 25 de outubro de 2024, edição nº 2916