‘Prisão nos Andes’ acompanha torturadores da ditadura de Augusto Pinochet
O diretor Felipe Carmona convidou atores que foram vítimas do regime militar para dar autenticidade às cenas
É de uma tremenda força política a mensagem de Prisão nos Andes. O filme de Felipe Carmona, em cartaz nos cinemas, segue a rotina de cinco torturadores da ditadura de Augusto Pinochet, no Chile, que cumprem pena em uma prisão de luxo aos pés da Cordilheira dos Andes. A mansão tem piscina, jardins e comida farta.
A vida boa termina quando uma emissora de TV faz uma entrevista com um dos internos, que expõe a verdade para todo o país. Com medo de serem transferidos para presídios comuns, passam a ter um comportamento delirante e explosivo, deixando um rastro de destruição, violência e mortes.
Em sua estreia na direção de um longa, Carmona convidou atores que foram vítimas da ditadura, com a meta de dar mais autenticidade às cenas. Um deles é Hugo Medina, que foi detido durante o regime militar e brutalmente torturado enquanto estava preso.
Segundo o diretor, há paralelos entre os acontecimentos de 2013 e o Chile atual, como resquícios dos ideais de Pinochet.
Roteiro, direção e elenco alinham-se em perfeita sintonia em cada cena. A fotografia é o acabamento final que eleva o nível do produto.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 20 de setembro de 2024, edição nº 2911