‘O Dia Que Te Conheci’ é tão bom que dá vontade de pedir uma sequência
Filme do diretor André Novais Oliveira e dos mesmos produtores de ‘Marte Um’ tem enredo simples com sutilezas
O coração fica quentinho ao assistir O Dia Que Te Conheci, em cartaz nos cinemas. O filme de André Novais Oliveira, e dos mesmos produtores de Marte Um (2022), é despretensiosamente um deleite.
Tem uma premissa simples, até minimalista: Zeca (Renato Novaes) está tendo problemas no trabalho por causa de faltas e atrasos. Ele trabalha como bibliotecário em uma escola na cidade vizinha e demora uma hora e meia para chegar ao local. Não obstante, tem encontrado dificuldade para acordar cedo.
Um dia, tudo muda, quando ele conhece Luísa (Grace Passô). O enredo se passa em pouco mais de 24 horas. É o suficiente para conhecer os personagens principais — e até alguns secundários — e criar afeição por eles.
As performances de Renato Novaes e Grace Passô são cativantes, de tão sinceras e realistas. O texto acompanha os protagonistas e costura esta trama que revela beleza nas sutilezas cotidianas. O espectador sente-se parte da vida dos dois.
Os diálogos são o carro-chefe da produção e o final é a cereja do bolo. Com leveza, levantam questões de racismo e saúde mental.
Dá tanto gosto de assistir que a vontade é de pedir uma sequência. A duração de 1 hora e 10 minutos passa voando. Por mais filmes brasileiros assim.
NOTA: ★★★★☆
Publicado em VEJA São Paulo de 27 de setembro de 2024, edição nº 2912