‘Morrendo por Sexo’ traz humor e reflexões inteligentes sobre sexualidade
Série de oito episódios estrela Michelle Williams como mulher diagnosticada com câncer

Pode parecer vulgar, fútil ou até insensível, mas tem um quê de revolução por trás da sinopse da nova série do Disney+, Morrendo Por Sexo, cocriada e escrita por Kim Rosenstock e Elizabeth Meriwether. Diagnosticada com um câncer de mama em estágio terminal e frustrada com o marido, Molly Kochan (Michelle Williams) decide sair em uma caçada para realizar todos os desejos sexuais enquanto ainda pode.
Em oito episódios, assistimos à protagonista ir de uma festa de BDSM (dominação, submissão e sadomasoquismo) a role play de cachorrinho e chute nos testículos do vizinho — sim, isso mesmo. Mas o monólogo interior, sobre necessidades físicas e emocionais, toma conta. Como aliada, a amiga Nikki (Jenny Slate) dá apoio e assume os cuidados especiais de Molly no lugar do ex-marido.
Além da luta contra o tempo, a amizade das duas ganha foco, com uma intimidade de longa data perceptível, principalmente, por causa das performances cheias de nuances. As roteiristas também deram um show. Torna-se uma jornada com toques genuínos de humor e reflexões reais e inteligentes sobre sexualidade, autodescoberta e relacionamentos.
A série mostra, afinal, que o humor é uma grande ferramenta de superação e coragem — e ainda deixa no espectador um gostinho de quero mais.
NOTA: ★★★★☆
Publicado em VEJA São Paulo de 16 de maio de 2025, edição nº 2944