‘Madame Durocher’ aborda questões sociais importantes sem a devida atenção
Sandra Corveloni interpreta a primeira mulher a receber o título de parteira no Brasil no longa de Dida Andrade e Andradina Azevedo
Baseado na história real da primeira mulher a receber o título de parteira no Brasil, Madame Durocher deixa uma sensação mista. O filme de Dida Andrade e Andradina Azevedo, em cartaz nos cinemas, joga luz sobre uma figura importante e levanta questões sociais, mas não executa as ideias com a qualidade e atenção que merecem.
Filha de Anne (Marie-Josée Croze), Marie (interpretada na juventude por Jeanne Boudier e na fase adulta por Sandra Corveloni) apaixona-se por Pedro (Armando Babaioff). Porém, o clima de romance dura pouco, pois a narrativa é tomada pelo drama. A personagem lida com a perda de pessoas amadas e encara a realidade do século XXI.
Quando decide estudar medicina, sofre com a intolerância de homens como Hermínio (Mateus Solano), que desmerecem sua capacidade. Os tópicos são válidos, mas ficam superficiais.
Roteiro e performance não convencem, especialmente na primeira metade. Só na fase adulta que se cria noção das camadas de Marie.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 8 de novembro de 2024, edição nº 2918